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“Rei Arthur”: Styvenson critica falta de empenho do governo brasileiro para extraditar acusado de comprar votos para Brasil sediar Olimpíadas

ARTHUR CÉSAR DE MENEZES SOARES FILHO, EMPRESÁRIO ACUSADO DE ENVOLVIMENTO NA COMPRA DE VOTOS PARA QUE A CIDADE DO RIO DE JANEIRO FOSSE ELEITA A SEDE DAS OLIMPÍADAS DE 2016

Na sessão plenária desta quinta-feira (29) o senador Styvenson Valentim (Pode-RN) voltou a criticar a impunidade e a morosidade no combate à corrupção. O parlamentar citou uma reportagem da TV Globo sobre Arthur César de Menezes Soares Filho, empresário acusado de envolvimento na compra de votos para que a cidade do Rio de Janeiro fosse eleita a sede das Olimpíadas de 2016. De acordo com a Procuradoria do Rio de Janeiro, que investiga o caso, Soares faturou, de forma ilegal, pelo menos, R$ 3 bilhões nos governos de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.

“Eu oficiei o MPF sobre este caso, porque a reportagem do Fantástico dizia que o governo brasileiro já havia solicitado a extradição, para o Brasil, desse senhor, que hoje mora em Miami. O ofício [do governo brasileiro] não foi respondido. Se o governo brasileiro tem uma relação tão boa com o governo dos Estados Unidos por que não conseguiu a extradição deste senhor que responde na Justiça brasileira a um processo por crime de corrupção ativa e organização criminosa?”, indagou o senador.

De acordo com Styvenson, o Ministério Público Federal informou que em 2017, 2018 e 2019, o governo brasileiro já havia formulado quatro pedidos de extradição, mas que não tinha obtido a resposta. O senador citou dois casos de rápida colaboração do Governo brasileiro com a Justiça norte-americana: em 2018, a extradição do brasileiro Marcos Eduardo Elias, acusado de fraudar um banco de Nova York; e dez anos antes, a extradição do narcotraficante Juan Carlos Ramírez Abadía.

“Pelo visto, a recíproca não é verdadeira. Se o cidadão vai para os Estados Unidos tentar trabalhar para fugir do desemprego no Brasil, é deportado. Se vai para gastar o dinheiro da corrupção, nada acontece? O Governo precisa exigir a reciprocidade, se há toda essa aproximação é hora de mostrar essa força”, observou Styvenson, que ainda lembrou que a CPI da Lava Toga, apesar das várias tentativas, ainda não prosseguiu no Senado Federal.

“Parabenizo e concordo em gênero, número e grau com o senhor, senador Styvenson. É muito séria essa questão. O governo precisa agir mais e precisamos também olhar para o nosso umbigo. Votamos pelo fim do foro privilegiado e o projeto foi engavetado na Câmara. Essa impunidade tem de ter fim no país”, argumentou o senador José Reguffe (Sem Partido), em aparte ao senador potiguar.

Na sessão plenária, o senador Styvenson ainda aparteou o senador Paulo Paim (PT-RS), que defendia a aposentadoria especial para os policiais e bombeiros militares. “Eu não defendo privilégios, eu defendo a justiça. As categorias que trabalham com segurança pública só estão solicitando a manutenção do que já está no texto da reforma que foi votada na Câmara”, defendeu Styvenson. Ele ainda lembrou da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 113ª, de 2015, que permite aos policiais militares e bombeiros voltarem ao trabalho após cumprir mandato eletivo. “Se eu quiser voltar a trabalhar na polícia, eu gostaria de ter esse direito. Tem muita gente que fica na reserva quando está apta para o serviço, com todas as condições. Isso é um gasto maior para Previdência”, afirmou Styvenson Valentim.

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