TESTEMUNHO PESSOAL
A sede do exílio carioca do ex-governador do Rio Grande do Norte ficava na Rua das Marrecas, esquina com a Rua do Passeio, no quarteirão do imponente Metro Passeio. Era ali que ficava a pequena editora Nosso Tempo, fundada por Aluízio Alves e adquirida com empréstimo feito no Banco Nacional.
Foi nessa época que tive uma longa convivência diária com Aluízio, da implantação até o final da Nosso Tempo. A única funcionária era a telefonista mais secretaria de Aluízio do que da editora.
Erivan França era o braço direito de Aluízio. E seu fiel escudeiro. Ele comprava as quentinhas para o nosso almoço, junto com copo de caldo de cana para Aluízio.
Foi na Nosso Tempo que conheci Henrique Eduardo. Estudante universitário, morando no Rio, vez por outra passava por lá. Reservado, mas era discretamente afável. Ele não estava presente quando o pai disse a mim e a Erivan: “Henrique será o meu sucessor político. O povo que não pode votar em mim votará em Henrique. Ele será eleito deputado federal”.
Ao sair da sala, perguntei a Erivan, cujos os olhos estavam brilhando de alegria e emoção: “E Henrique já participou de comícios? Sabe como se comunicar com as multidões?”.
Resposta: Não. Mas a gente ensina”.
Eu concordei com a transferência dos votos e que Henrique seria eleito. Mas como imaginar que iria adquirir luz própria e se tornaria um nome de projeção nacional?
A VACINA NO PALANQUE ELEITORAL
Além da guerra comercial das vacinas, aqui ainda temos a disputa entre o presidente e um governador. João Doria descobriu que sua opção pela vacina chinesa lhe daria o palanque eleitoral da televisão e da imprensa. Tarefa facilitada pelos sucessivos erros do Governo Federal, sediados no Ministério da Saúde mas teleguiados por um presidente que se afastou da ciência por convicção pessoal e por ter politizado a pandemia.
Com ampla cobertura na televisão e tendo como palco iluminado as entrevistas diárias transmitidas integralmente pelo Bandnews, João Doria nocauteou Jair Bolsonaro na guerra do comunicação da vacina.
ACONTECEU O IMPENSÁVEL
“Hoje foi um dia sombrio na história da capital dos Estados Unidos” (Mike Pence, vice-presidente dos EUA).
A PETROBRAS CONTRA O POBRE
A política de preços da Petrobras em relação ao botijão do gás de cozinha através de sucessivos aumentos mensais, é socialmente inaceitável. E economicamente insuportável, não apenas para os pobres, mas também para empobrecida classe média, sem falar, é claro, no exército silencioso dos 14 milhões de desempregados.
Somente em 2020 o botijão de gás aumentou 12 vezes! – e, em janeiro, já houve um aumento de 6%! Isso é um assalto – um assalto oficializado pela Petrobras com a concordância do governo.
Daqui a pouco o botijão de gás de cozinha de 13 kg estará custando R$ 90 no Rio Grande do Norte, mas não tardará a ir além disso.
EDITORIAL
“Falta coragem ao ministro da Saúde para atuar com dados científicos na condução da Pandemia” (O Estado de S. Paulo: 9.1.21).
QUEM SUBIU
O novo presidente do Tribuna de Contas do Estado do RN, Paulo Roberto Alves, está formando a equipe do TCE para o biênio 2021-2022.
Foram empossados: Cleber James Teixeira Cadó; Secretário Geral. Marco Emerenciano, Chefe de Gabinete. Jailson Tavares Pereira, Secretário de Controle Externo.
TODOS SÃO INOCENTES
“(…) A oposição petista diz que Lula, José Dirceu, José Genoíno e todos os outros são inocentes de tudo, mas não apresenta elementos que embasem sua argumentação de inocência.
Os “bolsonaristas inveterados” dizem que Flávio Bolsonaro é inocente, como o são Queiroz, os irmãos daquele e toda a família, mas não apresentam fatos concretos que confirmem a inocência de suas excelências” (Tomislav R. Femenick, Tribuna do Norte, 6.1.20).
O LIMITE DA TOLERÂNCIA
Basta! Há um ponto em que a tolerância transformar-se em intolerância. A invasão do Capitólio, pela turba enlouquecida pelas palavras de ordem de um líder ensandecido, arrombou as portas da tolerância da Democracia americana. O grande perigo do radicalismo é permitir a glorificação popular de um Donald Trump.
ESTILO
“As urnas fizeram de Rosalba Carlini prefeita de Mossoró, senadora e governadora, mas não ensinaram que na vitória e na derrota a democracia tem seus ritos e não é lampiônica” (Vicente Serejo, Cena Urbana, TN, 6.1.20).
PEDIDO E RESPOSTA
Um intelectual que passou anos menosprezando a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, ao mudar radicalmente de opinião telefonou para um acadêmico pedindo o apoio dele. E ouviu como resposta:
“Eu vou votar em você, mas sei que você não votaria em mim”.
A POLITICA PERDEU, O JORNALISMO GANHOU
Antes de ser político, Ney Lopes era jornalista. Agora, afastado precocemente da ribalta política onde brilhou ao lado das cabeças coroadas da Câmara Federal, está de volta à arena jornalística. Além do artigo semanal publicado na Tribuna do Norte, Ney Lopes está presente em “Por Trás da Notícia”, no jornal AgoraRN.
Uma coluna opinativa sobre acontecimentos e pessoas através de um enfoque que vai além do noticiário telegráfico copiado do telejornalismo. É publicada às segundas-feiras – e, por vários motivos, uma leitura imperdível.
QUEM MAIS DO PT QUER ISSO?
Veja o que José Dirceu, que foi primeiro-ministro do governo Lula, disse em artigo publicado no site Poder 360:
“Bolsonaro e seu bando não podem continuar governando o Brasil. Não podemos esperar por 2022 para derrotar este desgoverno. Nossa tarefa principal, em 2021, é remover Bolsonaro do cargo de presidente (…). Para isso, é necessário unir todos os democratas, progressistas, nacionalistas e constituir, desde já, uma Frente Popular de esquerda”.
José Dirceu foi o protagonista do escândalo do mensalão que abalou a presidência de Lula e figura entre os condenados pela Operação Lava-Jato.
ATACAR BOLSONARO PODE, DISCORDAR DO PT NÃO PODE
Quem pensava que Fernando Haddad seria uma voz moderada entre as vozes extremadas do radicalismo do PT, enganou-se. Por causa de um editorial da Folha de S. Paulo desfavorável a candidatura de Lula em 2022, o candidato presidencial derrotado do PT em 2018 suspendeu a sua colaboração.
E disse no artigo “Despedida”: (…) Não vejo como manter uma colaboração permanente com este veículo”. E, de repente, lembrou-se que “o jornal apoiou o golpe militar de 1964”.