E O POVO INGNOROU O INIMIGO OCULTO
O bloqueio decretado pela prefeitura não evitou que centenas de pessoas fosse a praia de Copacabana. As barracas do calçadão, que tinham sido proibidas, funcionaram normalmente. Fogos de artifícios dos hotéis, também proibidos, iluminaram a praia.
Aglomerações. Inclusive com crianças. Gente sem máscara. Abraços. Beijos no rosto. Beijos na boca. Cerveja – muita cerveja. Acima de tudo: irresponsabilidade pessoal e coletiva. Que o Cristo Redentor tenha piedade dos cariocas.
EXIBICIONISMO DE UM CRAQUE DA MALANDRAGEM
Somente a arrogância da certeza da impunidade, explica o vídeo postado no dia 31 nas redes sociais por Neymar.
Debochado, e debochando do distanciamento social, mostrou que está acima da Lei. Que nem o Ministério Público pode com ele. Recebeu a convocação do MP, jogou na latrina da mansão de Mangaratiba, e foi trepar com modelos em outro Estado.
É um super ladrão do Imposto de Renda. Há anos o processo da cobrança foi “engavetado” no fundo da gaveta por um juiz “sensível” aos “argumentos” dos advogados de defesa. Triste do país que tem esse tipo de gente como ídolo esportivo.
E QUEM SUSPENDEU O GOLPE?
Em entrevista exclusiva à Veja, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez uma revelação assustadora para a Democracia:
Ele conta que foi surpreendido com um movimento organizado para tirar o presidente Bolsonaro do poder.
Uma conspiração da qual fariam parte congressistas, governadores e pessoas ligadas às mais altas cortes de Justiça.
Revelou que foi o governador de São Paulo quem tentou convencê-lo a deixar o Ministério da Economia antes que isso acontecesse. Depois da saída de Moro, ele teria sido escolhido como alvo do grupo que vislumbrava o fim do governo.
E confessou: “Passei a me sentir como se estivesse atravessando um rio, pulando de um jacaré para outro, com os caras querendo me derrubar para o jacaré me comer”.
Além da óbvia alusão a João Doria, quais foram os outros conspiradores? Isso ele não disse – talvez para não agravar a situação de um presidente enfraquecido diante do STF e do Congresso.
Agora entende-se porque Bolsonaro passou a fumar o cachimbo da paz com os ministros do STF e abriu as portas do Palácio do Planalto para deputados e senadores.
BASTIDORES DO JORNALISMO
E então chegou o dia. Aprisionado em casa pela doença, Edmundo Bittencourt mandou chamar Paulo, o outro filho, mais velho havia morrido na Europa. Uma conversa entre pai e filho que iria decidir o presente e o futuro do Correio da Manhã”.
- “Você é meu herdeiro e será dono do Correio da Manhã”. E acrescentou: “Mas você não tem o temperamento nem terá a dedicação integral de um chefe de redação”.
Prosseguiu: “Tem vida social intensa e faz frequentes viagens internacionais. Jamais faria o que eu fiz a vida toda. O Correio era o meu lar”.
Chegou ao ponto crucial da conversa. - “Costa Rego será o meu substituto na redação. Ele sabe o que faz e como fazer. Não interfira no trabalho dele. Costa Rego é o espirito, o corpo, o guardião da tradição do Correio da Manhã”.
E Paulo fez a vontade do pai.
Edmundo foi embora e Costa Rego continuou como Redator Chefe até o dia em que também foi embora.
ANTES TARDE DO QUE NUNCA
A Anvisa autorizou a Fiocruz importar dois milhões de doses da vacina de Oxford, que deverá chegar até o final do mês. Mas quando começará a vacinação?
O DESAPARECIDO REAPARECEU
Semanas desaparecido, Cipriano Maia foi visto num informe publicitário que a InterTV apresenta como entrevista. Com a habitual barragem verbal, uma especialização do PT, falou muito sem dizer nada de concreto. Sobre o vertiginoso crescimento da Covid 19 que manteve durante mais de 15 semanas consecutivas o RN entre os recordistas, atribuiu também ao mau exemplo dos governantes.
O governante que o Secretário Estadual de Saúde não teve coragem de citar o nome é Jair Bolsonaro.
ACABOU O DINHEIRO
O prefeito Eduardo Paes atestou o que já se sabia: o Rio de Janeiro está falido. Não tem dinheiro para pagar o salário de dezembro e o 13º ao funcionalismo. E agora?
QUANDO O PODEROSO PERDE O PODER
“É impressionante como as pessoas, que antes perdiam no golfe para mim, passaram a ganhar depois que deixei de ser presidente” (George Bush: 1996).
MEDIDA EXTREMA
A França começou 2021 com a ampliação do toque de recolher para conter o avanço da Covid 19. Os franceses terão de voltar para casa até às 20 horas e só poderão sair depois das seis da manhã.
O PLACAR DA MORTE EM 2020
De março a dezembro. São Paulo: 46 mil e 800 mortes. Rio de Janeiro: 25 mil e 600 mortes.
O aumento de casos confirmados em dezembro em São Paulo chegou a 68%.
AUTORETRATO
“Eu sou cartesiano, mas tenho uma pitada de candomblé” (Fernando Henrique Cardoso: 1997).
O QUE ESTÁ FALTANDO?
O carioca está sofrendo a chamada “tempestade completa” – quando várias coisas acontecem ao mesmo tempo. A pandemia está fora de controle, a prefeitura não tem dinheiro para pagar o funcionalismo, e a chuva transformou ruas em rios. Quando o arco-íris surgirá no céu da baia de Guanabara?
QUANDO A FICÇÃO COPIA A REALIDADE
O personagem mais singular e inesperado de Laços de Família, lançada em junho de 2000 e atualmente em cartaz, foi vivido por Flávio Silvino, chama-se Paulo e é filho do livreiro interpretado por Tony Ramos.
Por causa de desastre automobilístico, o filho do humorista Paulo Silvino teve a mobilidade física e a voz afetadas. É com essas deficiências que aparece em cena e tornou-se uma presença particularmente marcante na novela.
Mas, curiosamente, Paulo não é um personagem dramático, ao contrário, é bem humorado e revive com perfeição os problemas vividos diariamente na vida real. Sua relação com a irmã, Ciça (Julia Feldens), que implica com ele por ser o favorito do pai, foi moldada sob a ótica humorística e permite à dupla, no vaivém dos diálogos, ótimos momentos como personagens e como interpretes. Outra particularidade do personagem: sentimos mais pena dele por amar e não ser amado por Capitu do que, como seria natural, pelas suas limitações físicas.