NÃO VIVA O SEU ÚLTIMO NATAL
Há um consenso médico que haverá um novo pique em cima do que está havendo nas comemorações de fim-de-ano. As previsões de mortes e internações da Covid 19 em janeiro são mais do que sombrias – são aterrorizantes. E isso deverá ocorrer nas capitais e principais cidades brasileiras.
A tragédia coletiva será maior ou menor dependendo do comportamento da população.
NÃO É SOMENTE NO BRASIL
A tragédia anunciada das mortes e internações decorrentes das confraternizações do final de ano se repetira em escala mundial – com exceção da China e nos países em que não há o culto do Natal.
O surto do vírus também se multiplicará através do turismo internacional.
O governador da Califórnia, Gavin Newson, já disse que não dispõe de meios para atender a demanda prevista para janeiro. Está solicitando médicos, enfermeiras, técnicos hospitalares as Forças Armadas.
RECORDISTAS DAS MORTES NO BRASIL
Covid 19, divulgados em milhares de óbitos pelo Ministério da Saúde, até 23 de dezembro. São Paulo: 45.400. Rio de Janeiro: 24.600. Minas Gerais: 11.300
PREVISÃO REALISTA E SOMBRIA
O presidente eleito Joe Biden não escondeu dos americanos o que está para vir em 2021: “A verdade é esta. Os nossos piores dias na batalha contra a Covid 19 estão à nossa frente. Não estão atrás de nós”. Palmas para a franqueza do novo Presidente dos EUA.
O ISOLAMENTO HOSPITALAR
“(…) E caiu no peito, feito pedra, a notícia da solidão: Rejane e as meninas foram para casa. Fiquei no Pavilhão Santa Terezinha como um pestilento. Só médicos e enfermeiras poderiam entrar”. (Vicente Serejo, Cena Urbana, 22.12.20).
NA CARONA DO CORONAVÍRUS
Depois ter permanecido meses escondida do povo, enquanto o vírus chinês se espalhava pelo Estado, agora Fátima Bezerra está empenhada em ocupar o espaço que havia sido ocupado na capital por Álvaro Dias. Aproveitando a ausência do prefeito após a reeleição, está acumulando perante as câmeras da TV as funções de governadora e de Secretaria de Saúde.
AS MENTIRAS DOS POLÍTICOS
Promessa feita em 2013 por Renan Calheiros quando era presidente do Senado: “Minha intenção é reduzir o gigantismo, os custos administrativos e o número de funcionários”.
ASSIM TAMBÉM É DEMAIS
O Supremo Tribunal Federal comunicou ao Ministério da Saúde que quer receber – prioritariamente – 7 mil doses da vacina.
Se essa exigência absurda, imperial, antidemocrática, for concedida, a prioridade da vacinação será jogado na lata do lixo da ministra Carmen Lúcia & Cia.
Faltará vacinas para os profissionais da Saúde e os idosos dos asilos.
A COVID E OS ESTUDANTES
O novo coronavírus desorganizou em 2020 a vida do mundo capitalista dos pés à cabeça. A Organização das Nações Unidas, numa primeira e incompleta avaliação, estima que 37 milhões de estudantes da rede pública ficaram sem merenda por causa do fechamento das escolas.
QUEM GANHA COM AS DOENÇAS
Em 2019 o faturamento da indústria farmacêutica no Brasil foi algo em torno de R$ 69 bilhões!
As compras do Ministério da Saúde em 2018 totalizaram R$ 19,4 bilhões.
Cerca de 556 milhões de unidades de medicamentos foram comercializadas nas farmácias brasileiras em 2019.
Ainda não se conhece os números e os lucros proporcionados pela pandemia – mas sabe-se que o salto do faturamento foi gigantesco.
TENTAÇÃO E PERDIÇÃO
Não basta andar com uma Bíblia debaixo do braço ou ir à igreja aos domingos para se livrar das tentações do Diabo.
O Bispo Marcelo Crivella, que aparecia orando diante das câmeras da televisão, não resistiu à tentação do dinheiro. Preso nove dias antes de terminar o ano, o prefeito do Rio perdeu o cargo e a liberdade. Vai passar o Natal algemado pela tornozeleira eletrônica.
Foto : Último Segundo-IG Crivella rezando
20 ANOS DEPOIS
Lançada em junho de 2000, Laços de Família pertence a um tipo de novela que a Globo deixou de fazer ou não sabe mais fazer. É um dos bons trabalhos de Manoel Carlos, escudado no folhetim emoldurando pelo realismo dos grandes melodramas hollywoodianos.
Com os novos tempos, Manoel Carlos passou a ser subestimado e foi afastado do núcleo das novelas. Um tipo de injustiça rotinizado pela Globo.
Uma novela não alcançará a plenitude sem a presença de um elenco de desempenhos marcantes e personagens adequados a imagem cênica dos interpretes.
Sob esse aspecto, o acerto de Laços de Família foi predominante, independente do tamanho do papel e até da pouca duração em cena dos artistas.
Um desses atores foi Fernando Torres, em atuação antológica, como o velho e razinza fazendeiro Aléssio, preso à cama de enfermo e que saiu de cena através de uma morte excepcionalmente discreta e comovente.
Ficamos sabendo que se despediu da vida ao abrir lentamente a mão, deixando a bengala cair no chão.
