O racha no PSL e a disputa pela Presidência da Câmara ameaçam tirar o grupo do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) do comando da Comissão de Relações Exteriores, hoje um dos principais palcos da ala ideológica bolsonarista no Legislativo.
Considerado uma espécie de chanceler paralelo, Eduardo foi eleito no ano passado para a presidência do colegiado e fez da posição uma caixa de ressonância da guinada ideológica promovida por Ernesto Araújo no Ministério das Relações Exteriores.
Mas a avaliação de parlamentares ouvidos pela Folha é que seu grupo tem chances reduzidas de se manter à frente da comissão.
O principal motivo é o racha no PSL, partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro se elegeu, mas que implodiu no fim de 2019. A divisão das comissões cabe às legendas, e o PSL na Câmara hoje é liderado pela ala que rompeu com o bolsonarismo.
Reservadamente, deputados do PSL dizem que a comissão não é mais uma prioridade. E ainda que, na partilha dos colegiados, a posição for destinada ao PSL, o grupo próximo do presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), não pretende entregá-la para a ala rebelde.
Folha de S. Paulo