Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não fazer pedido à Justiça para progressão ao regime semiaberto. A informação foi confirmada por um de seus advogados, Luiz Carlos da Rocha, na tarde desta segunda-feira, 30.
O petista se reuniu com advogados no início da tarde de hoje na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde está preso desde 7 de abril de 2018. A decisão veio dois dias após o ex-presidente cumprir 1/6 da pena, tempo necessário para ter direito ao benefício de cumprir a pena em prisão domiciliar, e três dias após a força-tarefa da Lava Jato no Paraná se manifestar a favor da saída de Lula da prisão.
Os procuradores alegaram “bom comportamento” e “iminência” de cumprimento temporal. Também pediram a dispensa do pagamento da indenização. “Trata-se de direito do apenado de, uma vez preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos, passar ao cumprimento da pena no regime mais benéfico”, afirmaram.
Lula não voltou atrás de sua decisão de se recusar a deixar a prisão, pois pretende ir para casa somente depois de eventual absolvição ou anulação da sentença. Também rechaça a possibilidade de uso de tornozeleira eletrônica. Em carta, o ex-presidente disse que não aceita “barganhar” os seus direitos e sua liberdade.
Eis a integra da carta de Lula:
“Ao povo brasileiro,
Não troco minha dignidade por minha liberdade.
Tudo que os procuradores da Lava Jato deveriam realmente fazer é pedir desculpas ao povo brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família pelo mal que fizeram à democracia, à Justiça e ao país.
Quero que saibam que não aceito barganhar meus direitos e minha liberdade.
Já demonstrei que são falsas as acusações que me fizeram. São eles e não eu que estão presos às mentiras que contaram ao Brasil e ao mundo.
Diante das arbitrariedades cometidas pelos procuradores e por Sergio Moro, cabe agora à Suprema Corte corrigir o que está errado para que haja justiça independente e imparcial, como é devido a todo cidadão.
Tenho plena consciência das decisões que tomei nesse processo e não descansarei enquanto a verdade e a Justiça não voltarem a prevalecer.”
Poder360