“EU SOU VEREADOR E POLICIAL”. Dono de um vasto currículo marcado por polêmicas e já respondendo a vários processos, o vereador santa-cruzense Gean Paraibano está colecionando notas de repúdio depois de protagonizar atos infantis, covardes e truculentos contra enfermeira grávida do Hospital Walfredo Gurgel. Aliado político da governadora Fátima Bezerra (PT), o vereador, totalmente fora de controle, gritava para todo mundo ouvir que era VEREADOR E POLICIAL e “que odiava o serviço público que pagava o salário dela” (da enfermeira), segundo relatos veiculados nas redes sociais.
O espetáculo protagonizado por Gean Paraibano aconteceu pela simples advertência de que não poderia gravar imagens do setor de Politraumas HWG, a enfermeira apenas cumpriu o protocolo enquanto ele, fez questão de ser asno.
Aliás, essa não foi a primeira vez que o edil fez questão agir de forma agressiva e sem demonstrar qualificação para o cargo cujo qual foi eleito. Gean Paraibano se destaca muita mais por ter um currículo manchado por problemas com a justiça, do que pelo seu desempenho como representante do povo. Ele é alvo até mesmo de um processo por abuso de autoridade, movido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RN).
Em dezembro de 2018, o mesmo vereador agrediu o advogado Thiago Jofre, quando este estava no exercício da profissão, durante uma sessão legislativa na cidade de Santa Cruz. A agressão teve grande repercussão no estado, e a OAB promoveu ato de desagravo público em favor do Advogado. Após o término da mesma sessão legislativa em que o vereador agrediu o advogado, “Gean Paraibano” também sacou a arma e ameaçou a irmã do atual presidente da Câmara de Santa Cruz, Fábio Dias.
O vereador “Gean Paraibano” responde a vários outros processos criminais: uma queixa crime (0100358-87.2019.8.20.0126), um processo por ameaça (0100826-42.2018.8.20.0011), um outro processo por prevaricação (TCO 007/2019) e mais uma outra ação por abuso de autoridade, que é movida em seu desfavor pela OAB/RN.
Resultado da sua última atuação? Notas e mais notas de repúdio.
O Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Norte (COREN-RN), pronunciou-se em nota afirmando que irá tomar medidas legais contra Gean Paraibano.
O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde RN), foi além e ainda acusou que o vereador “tentou burlar a fila do atendimento no Sistema Único de Saúde e ameaçou com arma de fogo uma profissional grávida da enfermagem no setor de Politrauma do Hospital Walfredo Gurgel”. O Sindicato ainda cobrou providências da Polícia Civil, da Prefeitura e da Câmara Municipal de Santa Cruz e diz que é preciso que o Poder Público puna e coíba esses abusos e ameaças contra os servidores públicos e contra a população do Rio Grande do Norte.
A Secretaria de Estadual da Saúde Pública, através do Corpo Diretivo do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, frisou que “agressão verbal ou física ao servidor público quando em exercício profissional é crime previsto em Lei“, e manifestou “total apoio e cooperação à enfermeira em qualquer ação que deseje tomar a fim de fazer justiça a sua moral e conduta profissional, feridas pelo vereador agressor“.
Leia a íntegra:
GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
SECRETARIA ESTADUAL DA SAUDE PUBLICA
HOSPITAL MONSENHOR WALFREDO GURGEL
O Corpo Diretivo do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel vem a público repudiar o comportamento abusivo do policial e vereador do município de Santa Cruz, Gean Paraibano, que agrediu verbalmente e mostrou uma arma à enfermeira, Cyndi Fernandes, durante seu exercício profissional, no setor de politrauma.
Testemunhas que presenciaram o momento da agressão relatam que a enfermeira solicitou ao vereador que parasse de filmar um paciente, uma vez que não é permitida a captação de imagens sem o consentimento da pessoa filmada.
De forma truculenta e agressiva, o vereador respondeu aos gritos”eu sou vereador e policial”. Em seguida levantou a camisa e mostrou uma arma para a enfermeira. Ainda com a voz alterada, o vereador disse a plenos pulmões que odiava o serviço público e era ele que pagava o salário da profissional.
Completamente abalada com a situação , a enfermeira chegou a passar mal e foi levada ao setor de emergência do Pronto Socorro.
A vítima foi acompanhada à delegacia por colegas de trabalho, pelo marido e por testemunhas, para a devida apuração do caso e confecção do boletim de ocorrência.
O Corpo Diretivo ressalta que agressão verbal ou física ao servidor público quando em exercício profissional é crime previsto em Lei.
Diante de tanto, a gestão do HMWG também garante total apoio e cooperação à enfermeira em qualquer ação que deseje tomar a fim de fazer justiça a sua moral e conduta profissional, feridas pelo vereador agressor.
Natal, 22 de novembro de 2019
Corpo Diretivo do HMWG