O PT vai convocar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para explicar o abuso de autoridade que o partido afirma que o ex-juiz cometeu. Lula foi requisitado a comparecer na Polícia Federal (PF), que é subordinada a pasta de Moro, para prestar depoimento sobre declarações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A recomendação era para que se apurasse um discurso em que Lula relacionou Bolsonaro às milícias.
A PF, no entendo, divulgou uma nota na noite de quarta-feira (19), onde afirmou que Moro “não solicitou” que o ex-presidente Lula fosse investigado por crime enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Porém, em nota divulgada pela pasta de Moro, a assessoria confirmou que partiu do ministério o pedido de investigação. A presidente do partido dos trabalhadores, Gleisi Hoffman (PR), diz que Sergio Moro está mentindo.
Após ouvir o ex-presidente, a própria PF informou a “inexistência de conduta praticada, por parte do investigado [Lula], que configure crime previsto na Lei de Segurança Nacional”.
Para os líderes petistas, o ministro deseja “intimidar Lula e cercear sua liberdade de expressão”. Em nota publicada em seu site, o partido diz que a “ação de Moro representa um aparelhamento ideológico das instituições, visto que seu procedimento tem como finalidade a perseguição a um opositor, segundo argumenta a defesa do ex-presidente”.
No discurso que foi alvo da investigação, Lula disse que “Bolsonaro foi eleito para governar para o povo e não para milicianos”.
A Lei de Segurança Nacional foi criada durante a ditadura civil-militar (1964-1985).
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