O PT decidiu, na tarde desta sexta-feira, 18, integrar o bloco do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na disputa pela presidência da Casa. A eleição será realizada em fevereiro de 2021. A informação foi confirmada à Jovem Pan por um integrante do partido. Com 54 deputados, o Partidos dos Trabalhadores possui a maior bancada da Casa. Como a Jovem Pan mostrou, em uma reunião na noite da quarta-feira, 16, o partido havia decidido não apoiar “nenhum candidato apoiado por Bolsonaro” na corrida pela sucessão de Maia. Na prática, tratava-se de um veto ao nome de Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão que já oficializou sua candidatura e tem a preferência do presidente Jair Bolsonaro. A sigla afirmava, no entanto, que iria buscar, com os demais partidos de oposição, a construção de uma candidatura do campo progressista.
Pouco tempo depois, Rodrigo Maia anunciou a expansão de seu bloco em uma coletiva de imprensa ao lado de lideranças de diversas partidos, do PT ao PSL. Além dos petistas, aderiram ao bloco do presidente da Câmara os seguintes partidos: PDT, PSB, PCdoB e Rede. O PSOL decidiu não integrar o grupo – o partido, liderado pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), pretende lançar candidatura própria. Com isso, o grupo de Maia passa a ter mais de 280 deputados. Para vencer o pleito, o postulante precisa de 257 votos. O grupo de Lira, formado por PP, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, PTB, PROS, Avante e Patriota possui 202 parlamentares.
A posição dos partidos, no entanto, não garante que um candidato receberá a totalidade dos votos de uma bancada. O PSL, por exemplo, está dividido em duas alas: o segmento bolsonarista, formado por parlamentares como Carla Zambelli (PSL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) tende a apoiar o nome de Arthur Lira, que tem o aval do presidente Jair Bolsonaro, enquanto os bivaristas, ligados ao presidente nacional do partido, Luciano Bivar (PSL-PE), sinalizam voto no candidato de Maia. O mesmo ocorre nos partidos de oposição. Como a Jovem Pan mostrou, em uma reunião virtual, na quarta-feira, 9, a bancada do PSB aprovou um indicativo de apoio a Lira – dos 31 deputados, 18 manifestaram apoio ao líder do Centrão. Na sexta-feira, 11, porém, o Diretório Nacional do partido decidiu, por unanimidade, não endossar o nome de Lira.
Jovem Pan