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Projeto prevê transformar camelódromo do Alecrim em shopping popular

FOTO: DIVULGAÇÃO

Com mais de 6 mil empresas formalizadas, cerca de 30 mil empregos diretos, mais de 3 milhões de pessoas circulando por mês e uma arrecadação próxima a R$ 3 milhões mensais, o Alecrim é, há décadas, o coração econômico do comércio de Natal. No entanto, enfrenta desafios históricos de ordenamento urbano e de infraestrutura.

Agora, um novo movimento volta a colocar o bairro no centro da pauta econômica e urbana da capital: o projeto que pretende transformar o atual camelódromo — hoje com aproximadamente 400 a 425 boxes — em um shopping popular modernizado, com mais de 600 unidades comerciais, reorganização da circulação interna e adequação ao uso correto do espaço público.

A proposta foi elaborada pela Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim (Aeba) e doada à Prefeitura do Natal. Apesar do entusiasmo da Aeba e dos comerciantes, a Prefeitura ainda trata a proposta com cautela

O secretário de Serviços Urbanos, Felipe Alves, confirma o interesse na requalificação, mas reforça que o processo está no início. “Esse é um projeto ainda embrionário. A gestão está em tratativas para buscar financiamento junto a organismos financeiros. O Alecrim é uma das regiões mais importantes e estratégicas da cidade, mas ainda não há definições concretas.”

Segundo a Semsur, o município está na fase de construção do projeto e avaliação de viabilidade financeira e urbanística.

Embora ainda esteja em fase inicial dentro da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), o projeto retoma um debate antigo: como qualificar o comércio informal sem expulsar trabalhadores e, ao mesmo tempo, devolver ao bairro condições adequadas de mobilidade, segurança e funcionamento?

“O camelódromo já é um shopping popular”, diz a Aeba

Para o presidente da Aeba, Matheus Feitosa, o projeto não tem como objetivo criar algo novo, mas requalificar o que já existe.

“O camelódromo já é um shopping popular. O que queremos é requalificar o espaço, ampliar a oferta de boxes e garantir o uso adequado dessas unidades. O projeto prevê mais de 600 boxes. Hoje, existem cerca de 400, mas muitos foram divididos, alugados e até vendidos irregularmente”, explica.

Segundo ele, quando inaugurado, o camelódromo tinha entre 250 e 260 boxes. Com o tempo, sem fiscalização rígida, o espaço se fragmentou e boa parte das unidades virou depósito para mercadorias que, ao longo do dia, ocupam calçadas, esquinas e pontos de maior fluxo.

Matheus reforça que a proposta foi discutida com os permissionários. “O projeto foi apresentado em audiência pública, em grupos de WhatsApp e em reunião na Semsur. A oferta de espaço será maior. Há permissionários que possuem mais de um box, o que também dificulta a democratização do espaço”, explica Feitosa.

A Aeba também defende que a reforma seja acompanhada de uma política permanente de fiscalização. “Hoje, qualquer pessoa chega com um isopor ou caixote e se instala na frente das lojas. Na Avenida 9 e na Coronel Estevam, as vitrines desapareceram atrás do comércio informal. Não existe fiscalização efetiva e muitas bancas são alugadas, criando um mercado imobiliário irregular”, afirma o presidente.

Além da organização interna do camelódromo, Matheus argumenta que a mobilidade e o trânsito devem fazer parte da solução. “Precisa de um trabalho multidisciplinar. Sem isso, nada será permanente.”

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