O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Tassos Lycurgo, questionou, através das suas redes sociais, um evento político que ocorrerá na instituição e tem como motivação propaganda eleitoral para o candidato Lula. O evento é intitulado de Lula Day e acontecerá no Departamento de Artes.
Será no Departamento de Artes da UFRN, de onde inclusive eu sou Professor Titular, que o evento LULA DAY terá início nesta quinta-feita. Pelo que se apreende do cartaz, terá como atividades várias oficinas de materiais e outras mais.
Pergunto: isto pode em uma instituição pública? Parece-me que, em um regime democrático, pode sim – o que não pode é apenas um espectro político ter a oportunidade de ser promovido na universidade e outro não, como está ocorrendo nas universidades públicas do Brasil.
A hegemonia de pensamento, seja ela qual for, é fator que promove a bestialização, já que das pessoas é furtado o direito de serem expostas a pensamentos diversos. É na dialética das ideias, na oposição dos argumentos, na democracia das opiniões, que se cresce intelectualmente.
Semana passada, em um evento no qual palestrei na Universidade do Estado do Amazonas contra o coletivismo, ou seja, em defesa da liberdade do índio, do negro, da mulher, do homossexual, etc., da escravidão que lhes é imposta pela ideologia comunista, uma parte barulhenta e minoritaríssima de militantes que nem na palestra estavam me acusou pela imprensa de racismo. Ora, eu defendia exatamente o contrário – mas alguns simplesmente carecem dos instrumentos cognitivos necessários para discernir um quadrado de um círculo, criam uma narrativa descolada da realidade e vão adiante. Farei até amanhã um vídeo sobre isso e postarei no YouTube.
O importante agora é defender a diversidade, a pluralidade, a capacidade do indivíduo de decidir por si só para onde quer ir – e nada disso existe quando só se aceita um lado da moeda.
Em uma universidade genuinamente democrática, poderia sim haver o LULA DAY, mas também seria possível haver o BOLSONARO DAY, ou o dia de quaisquer que fossem os candidatos. O fato de só um ser possível é sintoma de uma doença grave: a democracia está há muito na UTI – e os médicos que estão responsáveis por ela são todos comunistas.