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Produto da UFRN tem características que podem diminuir alcance de desastres ambientais

FOTO: ARTHUR DE SOUZA

Um material absorvente, capaz de conter e remover petróleo e derivados com rapidez e eficiência, reduzindo os impactos ambientais em casos de derramamento na água e na terra, é a mais nova tecnologia desenvolvida dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O produto tem capacidade de remoção de petróleo de mais de 100 vezes a sua própria massa, superando os absorventes comerciais sintéticos, como as espumas de poliuretano e poliproleno, os quais apresentam limitações de custo de produção e não biodegradabilidade.

Para termos uma ideia, uma possível aplicação da invenção se dá em casos como o recente caso do derramamento na costa do Brasil, que atingiu 11 estados do Nordeste e Sudeste, 120 municípios e 724 localidades, em 2019 e 2020. Crimes ambientais como esse causam severos impactos e os danos desses derramamentos repercutem na vida marinha, no solo, no ar, podendo ainda comprometer à saúde humana, o turismo, o lazer e também a economia.

“O material tem origem natural, a partir das fibras da Calotropis procera, e é modificado com cloreto de sódio, o popular sal. Após a alteração e mediante a utilização posterior de alguns processos térmicos e químicos, a fibra tratada resulta no produto final, um material que pode ser usado solto ou produzido em forma de manta, filtro, almofada ou barreiras de alta eficiência”, descreve Raoni Batista dos Anjos.

Um dos cientistas que integra o grupo de inventores, Raoni pontua ainda o alcance social da nova tecnologia no Nordeste, já que a Calotropis procera é uma planta abundante na Caatinga – a depender da região e do estado, recebe denominações variadas, como bombardeira, queimadeira, leiteira, paina-de-sapo e paina-de-seda. “A matéria-prima do absorvente de petróleo é de grande abundância e com sua maior população na região Nordeste”, explicita.

Larissa Sobral Hilário, autora da tese que dá origem ao produto, acrescenta que a escolha pela Calotropis procera como matéria prima do absorvente ocorreu por ser um material biodegradável e de alta capacidade natural de absorção – também denominada capacidade de retenção por capilaridade. Além disso, o processo de obtenção requer um curto tempo de preparação.

“O protótipo do material absorvente está sendo desenvolvido pela equipe de Pesquisadores do Laboratório da Central Analítica do Núcleo de Processamento Primário e Reuso de Água Produzida e Resíduos, vinculado ao NUPPRAR. O intuito é justamente obter uma almofada ou cordão absorvente para limpeza em superfície terrestre e em meio aquático do petróleo e seus derivados”, explica.

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