SELO BLOG FM (4)

Privatização da Caern renderia R$ 1,6 bilhão aos cofres do Estado, aponta União

A COMPANHIA JÁ HAVIA CONSIDERADO, EM SETEMBRO, PRIVATIZAR 49% DAS AÇÕES

Estudo desenvolvido pela Secretaria do Desenvolvimento de Infraestrutura do Ministério da Economia aponta que a venda de 100% do capital da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) renderia aos cofres do Estado algo entorno de R$ 1,63 bilhão, sem considerar as dívidas contraídas pela estatal. Os números foram divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo no último domingo, 12.

O levantamento também mostra que, se o Governo vendesse 49% do patrimônio da empresa, mantendo assim o controle estatal sobre a Caern, o retorno financeiro seria de R$ 350 milhões. Ainda segundo o documento obtido pela Folha, a meta de universalizar o saneamento básico no Brasil até 2033 não será cumprida sem as privatizações. O estudo avaliou as empresas que cuidam do tratamento de água e de coleta e tratamento de esgoto em 22 estados.

Para chegar aos resultados divulgados, o Ministério da Economia usou como base os valores observados em companhias de saneamento que já abriram parte do capital e empresas do setor elétrico que foram privatizadas. A análise mostra que o potencial de ganho se multiplica quando é feita a privatização de 100% das companhias. Dessa forma, as 22 estatais avaliadas valeriam R$ 139,7 bilhões.

Segundo o secretário de Desenvolvimento de Infraestrutura do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, são necessários R$ 700 bilhões para que a meta de universalizar o saneamento básico no país seja cumprida até 2033. “O setor público não tem esse dinheiro. Ou vem o setor privado, ou o Governo não vai entregar. No entendimento do Ministério da Economia, privatizar é o melhor caminho, mas isso não significa que a gente quer obrigar quem não concorda com a gente a seguir esse caminho. O importante é entregar um bom serviço”, afirmou Mac Cord à Folha de S.Paulo.

Atualmente, a legislação brasileira impede a privatização completa das companhias de saneamento, exigindo que seja mantido o controle estatal. No entanto, isso pode mudar com a aprovação de novo marco legal do setor, em tramitação no Congresso Nacional, mas ainda sem data para ser votado.

A abertura do capital da Caern já vem sendo estudada pela equipe da governadora Fátima Bezerra (PT). No último dia 17 de setembro, o diretor-presidente da Companhia, Roberto Sérgio Linhares, reforçou a intenção do Governo durante reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Interior (CDCMI) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

Na oportunidade, o diretor defendeu que a abertura de capital vai dar condições de investimentos à Caern com recursos próprios para levar mais saneamento para a população potiguar. “Para se ter uma ideia, 34 municípios do Alto Oeste estão em situação precárias de abastecimento de água. São 105 mil pessoas na região que não têm água e a Companhia não dispõe de recursos suficientes para novos investimentos, para continuação das obras que não foram concluídas. Em 50 anos, a Caern acumulou prejuízos no valor de R$ 301 milhões. A abertura de capital, que no máximo só pode chegar até 49%, vai ser boa para os empregados, para a companhia e para a população”, relatou.

PLANO MANSUETO

Uma das alternativas apresentadas por Fátima Bezerra para que o Estado possa receber recursos extras da União é a adesão ao Programa de Equilíbrio Fiscal (PEF), batizado de Plano Mansueto, em referência ao secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.

No entanto, para aderir ao PEF (o projeto que institui o Plano ainda está em tramitação no Congresso), é necessário, entre outros pontos, que os Estados adotem pelo menos três de oito medidas apresentadas no programa, como privatizar empresas dos setores financeiro, de energia, de gás ou saneamento, como a Caern, a fim de usar os recursos obtidos para quitar dívidas; revisão do regime jurídico dos servidores do Estado ou município para eliminar os benefícios ou vantagens não previstas no regime jurídico único dos servidores da União e eliminação das vinculações de receitas de impostos não previstas na Constituição.

De Fato

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui