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Prisão dos sonhos: gaiola dourada de Sergio Machado é avaliada entre R$ 10 milhões a R$ 12 milhões.

MANSÃO SERGIO MACHADO

PRISÃO DE DELATOR SERÁ EM MANSÃO COM PISCINA E QUADRA, NUM TERRENO DE CERCA DE 3.000 M²

Ruas de condomínios fechados e mansões, todas com câmeras e seguranças à espreita. Nas calçadas cercadas por muros altos, passa só um ou outro carro de luxo. Ao redor das quadras milionárias, favelas se acumulam.

O bairro Dunas, em Fortaleza, uma das áreas mais nobres – e desiguais – da cidade, será o cenário da prisão domiciliar de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro que em seu acordo de delação premiada na operação Lava Jato acusou mais de 20 políticos dos principais partidos brasileiros em repasses que, segundo ele, totalizam R$ 100 milhões.

Machado, que relatou ter passado recursos ilícitos para nomes de diversos partidos, vai iniciar nos próximos dias o cumprimento de três anos de pena em sua casa.

O delator passará seus dias em uma mansão com piscina e quadra poliesportiva, construída num terreno de cerca de 3.000 m² e cercada por outras construções de alto padrão. Segundo corretores imobiliários de Fortaleza, imóveis na mesma região, com piscina e metragem semelhante (entre 2.500 m² e 3.000 m² de área total), custam de R$ 10 milhões a R$ 12 milhões.

Entre os vizinhos de Machado está Tasso Jereissati (PSDB-CE), o senador eleito com maior patrimônio declarado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral): quase R$ 400 milhões.

De acordo com uma moradora do bairro, que não quis se identificar, a vizinhança é composta por “médicos, advogados e muito promotor”, “gente de influência, mas muto discreta”.

O perfil “nobre”, como define a moradora, faz com que boa parte dos que vivem ali tenham segurança particular e evitem andar na rua – entre eles, Sergio Machado. As calçadas ficam vazias na maioria do tempo por causa do medo de assaltos, segundo relatos feitos à BBC Brasil.

Reunião na paróquia
O único momento de reunião dos vizinhos acontece na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, onde vão, de carro, para a missa. Os membros da família Jereissati são comumente vistos nas celebrações, conta uma funcionária da igreja.

“Na paróquia, é onde o pessoal se encontra. É um bairro de condomínios fechados, não tem gente andando, você só vê os carros. Não tem uma pracinha para socializarem.”

A falta de convivência faz com que muitas pessoas da região não saibam que Sérgio Machado tem uma casa ali. Um vendedor de uma loja a três quarteirões da mansão de Machado, na Praia do Futuro, só descobriu pelo jornal quem o delator era.

“Só soube que ele era do Ceará pela televisão. Não se sabe muito de quem mora daquele lado.”

Quem sabia da mansão do delator desconhecia que sua prisão domiciliar seria em Dunas. Para alguns, a notícia pode até ser boa.

“Não sei se vai ter gente da polícia ou nos seguranças dele junto, mas acho que um lugar mais movimentado acaba sendo mais seguro.”

Com informações de O Globo

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