O médium João de Deus, que está preso há duas semanas, denunciado por crimes sexuais durante tratamentos espirituais, não terá ceia especial de Ano Novo, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Segundo a Diretoria de Administração Penitenciária, o detento terá “refeição normal”, junto com os outros quatro presos com quem divide cela, aos mesmos moldes do que ocorreu no Natal.
O órgão informou ao G1 que João de Deus deve jantar arroz, feijão, salada, carne e sobremesa, sendo uma fruta ou algum tipo de doce. As refeições no Complexo Prisional ocorrem às 7h, 11h e 18h.
João de Deus está preso desde o dia 16 de dezembro, quando se entregou à Polícia Civil. Ele está no Núcleo de Custódia, dentro do Complexo Prisional, onde passa o dia em uma cela com outros quatro presos e, à noite, dorme em uma cela sozinho.
O MP denunciou o médium na última sexta-feira (28) por quatro crimes que englobam fatos investigados pela Polícia Civil e Ministério Público: dois por violação sexual mediante fraude e dois por estupro de vulnerável.
O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) informou que a denúncia contra o médium só será analisada após o plantão judiciário, que termina no dia 7 de janeiro. Além disso, os autos foram remetidos à “juíza natural do processo”, Rosângela Rodrigues dos Santos, responsável pela comarca de Abadiânia, no Entorno do DF, onde o caso tramita. O médium nega as acusações.
Situação atual
- Ministério Público Estadual de Goiás denunciou João de Deus por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável no dia 28 de dezembro. Órgão também recorreu de decisão que determina prisão domiciliar de João de Deus por posse de arma
- Médium está preso desde o dia 16 de dezembro;
- Ele é investigado por estupro, estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e posse ilegal de arma;
- João de Deus prestou depoimento para a Polícia Civil, quando foi preso, e ao MP-GO, no dia 26 de dezembro;
- Esposa do médium foi ouvida pela Polícia Civil e disse que não sabia de crimes;
- Defesa teve dois habeas corpus pelos crimes sexuais negados e foi ao STF; Justiça concedeu prisão domiciliar por posse de armas;
- MP recebeu mais de 600 emails pelo endereço [email protected] e identificou cerca de 260 vítimas em seis países;
- Mulheres que denunciaram João de Deus ao MP tinham entre 9 e 67 anos ao serem abusadas, conforme relatos;
- Polícia Civil colheu depoimentos de 16 mulheres. Ministério Público já ouviu mais de 100, até o dia 28 de dezembro;
- Em operações em endereços ligados a ele foram achadas armas, pedras preciosas e mais de R$ 1,6 milhão;
- Fazenda do médium foi alvo de vandalismo
- Justiça determinou o bloqueio de R$ 50 milhões das contas de João de Deus;
- Casa Dom Inácio de Loyola segue funcionando, mas registrou queda de 50% no movimento;
G1