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Presidente da Fiern vai a Mossoró discutir impacto do tarifaço dos EUA sobre o sal potiguar

FOTO: DIVULGAÇÃO

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Roberto Serquiz, esteve em Mossoró na noite de quinta-feira, 11, para participar da confraternização anual do Sindicato da Indústria de Extração do Sal do RN (Siesal-RN). O encontro, realizado no Requinte Buffet, transformou-se em uma mesa de avaliação estratégica sobre o momento delicado vivido pelo setor salineiro após o tarifaço imposto pelo governo Donald Trump às importações brasileiras.

A medida, considerada abrupta e de forte impacto para a cadeia produtiva — responsável por cerca de 95% do sal marinho industrial do país —, tem pressionado custos, reduzido margens e acentuado incertezas. Diante do cenário, Serquiz destacou que a Fiern acompanha “de perto” as dificuldades enfrentadas pelos empresários ao longo do ano.

“Hoje vemos antigas e novas pressões, incertezas e ameaças testar a capacidade de todos os empresários do setor”, afirmou o dirigente, dirigindo-se ao presidente do Siesal-RN, Airton Torres. “É justamente em momentos assim que se enxerga a importância de um sindicato forte e representativo, quando a atuação precisa ser firme, técnica e constante”, acrescentou.

Setor pressiona por articulação nacional

A viagem a Mossoró, segundo interlocutores presentes, foi interpretada como um gesto político da Fiern para reafirmar apoio a uma das cadeias industriais mais estratégicas do estado. Serquiz destacou que o Sistema Fiern está “totalmente comprometido” em ações que recuperem a competitividade do sal potiguar, particularmente afetado pelo aumento das tarifas americanas.

No discurso, o presidente da federação citou avanços institucionais recentes: a aprovação da Lei das PPPs pela Assembleia Legislativa; o diálogo para a implementação da transação tributária; e a tramitação da Política Industrial do RN. Segundo ele, tais iniciativas dão “novo ambiente competitivo” às indústrias e são essenciais para manter o setor salineiro em condições de disputa.

Conquistas e tensões

Airton Torres, presidente do Siesal-RN, ressaltou que 2025 tem sido um ano de contrastes, marcado simultaneamente por conquistas regulatórias e desafios internacionais. Ele comemorou, entre outros pontos, a inclusão da atividade salineira no Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial (Proedi).

“Nós somos cerca de 35 salinas, ocupamos cerca de 40 mil hectares distribuídos entre Grossos, Areia Branca, Mossoró, Porto do Mangue, Macau, Guamaré e Galinhos”, afirmou. “É um momento muito feliz para mim. Hoje celebramos conquistas, o enfrentamento às dificuldades e as nossas lutas ao longo de 2025”, complementou.

Apesar do tom celebratório, empresários presentes admitiram que o tarifaço norte-americano trouxe forte apreensão ao setor. Mossoró e os municípios vizinhos concentram mais de 70% da produção potiguar e dependem, em grande parte, de mercados externos para sustentar seus volumes de exportação.

Lideranças políticas reforçam apoio

O evento também contou com a participação do vice-presidente da Fiern, Francisco Vilmar Pereira; do presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Mossoró (Sindipam), Cesário Melo; do diretor-geral do Idema, Werner Farkatt, representando a governadora Fátima Bezerra; além de prefeitos e lideranças regionais.

A presença de autoridades estaduais e municipais foi interpretada pelos organizadores como sinal de cohesão institucional em torno do setor. Nos bastidores, porém, empresários defenderam a necessidade de articulação direta com o governo federal para mitigar os efeitos das tarifas americanas, seja por meio de negociação comercial, seja por compensações internas.

Ao final do encontro, a avaliação predominante era de que a ida de Serquiz a Mossoró marca uma nova fase de mobilização — mais intensa, coordenada e técnica — para evitar que o tarifaço dos EUA comprometa uma cadeia produtiva que sustenta milhares de empregos no litoral potiguar.

Agora RN

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