
O senhor já definiu seu projeto político para 2022? Pretende tentar a reeleição ou avalia uma outra candidatura?
O parlamento é algo que me encanta e motiva ao trabalho todos os dias. A experiência que adquiri, ver os projetos saindo do papel e beneficiando as pessoas na prática me fortalecem como político e como ser humano. Mas o futuro é uma construção que faremos ouvindo, com respeito, a população, que é quem elege seus representantes.
Como o senhor avalia a movimentação do deputado Tomba Farias para sair candidato a governador do Estado?
Acho legítima a iniciativa do deputado estadual Tomba Farias. É uma liderança incontestável do nosso Estado, com uma longa lista de serviços prestados em Santa Cruz e região Trairi, que hoje é um destino no turismo religioso e referência em nosso Estado. Ele, como qualquer outro político, tem o direito de tentar viabilizar o seu nome para novos projetos e cargos.
Assim como Tomba, também considero nomes como o do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, para o Senado da República. Rogério tem se mostrado grande como ministro e, sendo ele candidato a Senador, tem o meu apoio, por tudo que tem feito pelo Rio Grande do Norte. Ele tem ainda a capacidade de unir grande parte da classe política, o empresariado e pode fazer uma grande pactuação para o desenvolvimento e progresso do Estado. À frente do Ministério, Rogério tem serviço prestado e tem tudo para fazer a entrega da Transposição do São Francisco, um marco para o Nordeste do Brasil. Aqui no Rio Grande do Norte pretende finalizar a Barragem de Oiticica, um sonho de mais de 50 anos, a interligação de adutoras na região Seridó dotando a região de segurança hídrica para mais 50 anos e as obras do Ramal Apodi/Salgado, que trará as águas do Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco dos municípios do Ceará, Paraíba e para a região Oeste do Rio Grande do Norte. Rogério tem buscado a continuidade da importante obra da engorda da orla de Ponta Negra, fundamental para o turismo, assim como reestruturar nossa malha de linha férrea. Ele tem sido vigilante em tantas outras ações do Governo Federal para o Rio Grande do Norte, como a conclusão da Reta Tabajara, por exemplo. São serviços prestados e obras estruturantes de quem pensa nas necessidades e independência do povo.
Como vê a questão da CPI da Covid, que está sendo discutida pela oposição e levando em consideração a CPI das Ambulâncias, discutida anteriormente?
Com naturalidade, afinal, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é um instrumento do Parlamento e um direito dos que o representam, sendo vereadores, deputados estaduais, federais ou senadores. Regimentalmente, a CPI é uma comissão temporária, destinada a investigar fato certo e determinado, mediante requerimento de pelo menos 8 deputados, que tem fundamento no art. 43 da Constituição Estadual. Na forma do nosso Regimento, o nosso papel como presidente da Casa é analisar inicialmente o requerimento para verificação dos requisitos: 1) fato certo e determinado bem detalhado, referente a um acontecimento relevante para a vida pública, econômica e social, mas excluídos os fatos relacionados ao Governo Federal e aos Municípios em situação de intervenção; 2) quantidade mínima de assinaturas: 8 deputados; 3) prazo certo e não superior a 120 dias. Após a análise, o Presidente deverá despachar: a) mandando para publicação (se presentes os requisitos); b) ou devolvendo ao deputado autor do requerimento por não ter descrito fato relevante, certo e determinado. Da devolução, cabe recurso ao Plenário, ouvida a CCJ. Se aprovado, o requerimento vai para Mesa fixar a quantidade de membros. Os membros serão nomeados por resolução, ouvidos os líderes e suas indicações. O Presidente da CPI deverá ser eleito, a quem caberá a indicação do Relator. Se o Presidente for da Maioria, deverá indicar o Relator pela Minoria, e vice-versa.
Que avaliação faz do Governo Fátima Bezerra e também sua atuação durante a pandemia?
A pandemia foi algo inesperado. O mundo inteiro precisou se reinventar e o poder público não foi diferente. No RN, todos os poderes, tiveram que redirecionar ações neste sentido. Está sendo um grande desafio para todos. A governadora tem, dentro das suas limitações, buscado soluções para os diversos problemas do nosso Estado, que já eram muitos antes mesmo da pandemia. Com a chegada da COVID-19 no RN, as ações precisaram ser redirecionadas. Penso que deveria ter se considerado a realidade de cada região e cada município em um grande acordo entre municípios e governo do Estado. As pessoas em suas cidades sabem da gravidade e querem colaborar com o fim da pandemia, mas precisam de unidade e identificação com as medidas.
E do governo Jair Bolsonaro, também sob o mesmo critério?
O presidente Jair Bolsonaro tem enfrentado críticas por sua atuação na pandemia. Tem cometido alguns excessos e em outras vezes, faltam ações. Mas se tem algo inegável, que precisamos admitir é que somos um dos países que mais tem vacinado. Em breve, com a população protegida, poderemos reabrir a economia e tentar colocar de novo o país no rumo do desenvolvimento. Ao longo da pandemia, o governo federal tem feito o aporte financeiro para que o Estados e municípios enfrentem esse período de calamidade tão difícil para todos.
Qual sua opinião sobre a movimentação do PSDB nacional de começar a se distanciar do bolsonarismo, isso pode acabar refletindo na base de apoio ao governo federal?
Como conversamos anteriormente, é natural a divergência de opiniões em qualquer legenda.
Recentemente, o senador Tasso Jereissati colocou-se como opção para uma possível candidatura à presidência. Como avalia o nome dele e o posicionamento de seu partido?
É um nome que dispensa qualquer comentário. A história política de Tasso Jereissati fala por ele. É uma liderança do Nordeste, respeitado em todo o país, e tem o direito também de tentar viabilizar seu projeto político. Do mesmo modo a gestão de Eduardo Leite no Rio Grande do Sul e a luta do governador paulista João Dória pela vacina do povo brasileiro.
O que pensa acerca da polarização que devemos ver ano que vem, numa provável disputa entre Bolsonaro e Lula? Acha que há espaço para um candidato de 3ª via?
Isto só o tempo dirá. Temos pouco mais de um ano e meio até as eleições de 2022. Muitos estão tentando a viabilização e serem notados pelo eleitor. E, alguns já sucumbiram. Fortemente temos dois pólos em embate que são as duas torcidas. De um lado Bolsonaro e na outra ponta a de Lula.
O senhor pensa o que para o futuro?
Penso que passou da hora de se estabelecer um grande plano para o Rio Grande do Norte. Um plano econômico e social que faça com que todos os setores da sociedade se envolvam em um projeto de construção do nosso presente e do futuro. E que envolva a estruturação da rede de saúde, educação e assistência social, e, principalmente, a geração de empregos. São clamores que inquietam. Pode-se dizer que seja uma exaltação para uma retomada no nosso Estado. Mas, ao mesmo tempo a exigência de superação de tudo que está sendo proposto.
Tribuna do Norte

