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Prefeitura discute volta do Natal em Natal e carnaval

FOTO: CANINDÉ SOARES

O tradicional festival Natal em Natal, que celebra o aniversário da capital potiguar, poderá acontecer de forma híbrida neste ano, com atrações presenciais e apresentações virtuais. A perspectiva é da própria Prefeitura do Natal, que estuda o modelo como forma de planejar grandes eventos públicos em um contexto de maior tranquilidade diante da covid-19. No entanto, a programação depende do aval positivo do comitê científico da capital, técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS/Natal) e do prefeito Álvaro Dias. O comportamento da pandemia do coronavírus será o principal indicador para a execução ou não do evento. Aspectos como número de novos casos, mortes, índices de internação e avanço da vacinação serão levados em consideração.

O mesmo vale para outros festejos da cidade, como Réveillon e Carnaval. Atualmente as discussões acontecem dentro do Conselho de Governança do Executivo. O próximo encontro da cúpula deverá ocorrer  ainda nesta semana. Para Dácio Galvão, chefe da Secretaria Municipal de Cultura (Secult/Funcarte), a expectativa é positiva, mas o quadro ainda é de incertezas. “O dever de casa nós estamos fazendo. Se acontecer, nós estaremos preparados juridicamente, com a preparação dos editais, com isonomia, para atender a todos, como sempre fizemos. São cerca de 10 editais, que transcendem o Natal em Natal e vão até o Carnaval. Vale ressaltar que eu não posso lançar nenhum edital sem a autorização do prefeito, sem o dinheiro, então tudo faz parte de um processo em que muitas pessoas estão envolvidas, por isso que estamos fazendo tudo com muita responsabilidade”, comenta.

Na última quinta-feira (16), o Governo do Rio Grande do Norte determinou a apresentação do passaporte da vacina para entrada em eventos de massa.

Com isso, desde sexta (17), eventos com mais de 600 pessoas estão autorizados a acontecer com participantes que comprovarem pelo menos uma dose do imunizante contra a covid. O secretário de Cultura de Natal explica que a liberação não se aplica aos eventos abertos de rua, em que não é possível se aplicar um protocolo sanitário específico.

“Os eventos de massa, quando são feitos na esfera privada, o controle é muito maior. Nos eventos abertos não é possível fazer isso porque são abertos, pode ter 30 mil, 40 mil, 50 mil ou 15 mil pessoas. A forma de contato nesses eventos, que poderá possibilitar o contágio é algo que quem vai arbitrar é a secretaria de Saúde, o comitê científico, e não a secretaria de Cultura ou o próprio prefeito isoladamente. É todo um arcabouço que precisa ser definido. O decreto, do ponto de vista retórico, causa um impacto, mas no poder público não se faz evento com limitação de público”, detalha Dácio Galvão.

De acordo com o secretário de Comunicação Social de Natal, Heverton Freitas, o planejamento para eventos de massa de outras capitais são monitoradas pela Prefeitura e servem como uma espécie de “termômetro” para Natal. Para o Carnaval, as chances são maiores. “Tudo ainda é muito incipiente e depende do comportamento da pandemia. Para o Carnaval ainda tem um tempo. Vamos esperar para ver se vai haver em outras capitais e se a pandemia realmente acaba ou diminui muito com o avanço da vacina. Até lá, toda a população deve estar imunizada com as duas doses. Vamos ver o resultado disso”, acrescenta.

O artista natalense Carlos Zens vê com empolgação a possibilidade de voltar aos palcos dos tradicionais eventos da capital potiguar. Com 35 anos de carreira, o cantor e compositor é uma das figurinhas carimbadas do Natal em Natal, desde a primeira edição do evento em 2004. “Tomara a Deus que a gente consiga. Nós, enquanto músicos, artistas, produtores, estamos passando por uma situação muito difícil. A gente fica numa ansiedade e expectativa muito grande para que a cidade possa voltar com esses eventos para movimentar a economia e trazer esperança para as pessoas. Peço a Deus que consigamos fazer alguns eventos presenciais, com todos os cuidados que ainda são necessários. Seria um prêmio, um verdadeiro presente de natal, para a cidade e para nós artistas”, diz.

Carnatal e Festa do Boi tiveram volta aprovada

A perspectiva positiva de gestores, autoridades, produtores e artistas ganha força com o anúncio do retorno presencial de outros eventos. São os casos da Festa do Boi e do Carnatal, que tiveram sinal verde do Governo para acontecer em 2021. A Destaque Promoções, empresa responsável pela micareta, teve o protocolo sanitário aprovado pela área de Saúde do Executivo estadual na quinta-feira (16), o que é considerado o primeiro passo para o evento ocorrer.

O carnaval fora de época também depende do cenário epidemiológico do Estado, que deverá estar igual ou melhor que o atual. Portanto, caso a pandemia apresente nova onda de casos e os hospitais voltem a ficar cheios, a festa será suspensa.

Marcada para acontecer entre 13 e 20 de novembro, a Festa do Boi voltará a acontecer de forma presencial no RN, após edição virtual em 2020 por causa das restrições impostas pela pandemia de covid. De acordo com Guilherme Saldanha, titular da Secretaria da Agricultura da Pecuária e da Pesca (Sape), o evento será uma oportunidade de movimentar a agropecuária e o agronegócio, dentro do processo de retomada da economia do Governo do Estado.

“A gente já vive um contexto mais tranquilo em relação à covid e a expectativa é muito boa. O setor agropecuário vive um momento bacana de preços dos produtos, apesar dessa seca que a gente está atravessando. A perspectiva é positiva do ponto de vista da atração de negócios, da compra de animais, máquinas agrícolas. Evidentemente que o evento tem todo um protocolo sanitário porque ainda é preciso cuidados, mas haverá controle de pessoas na entrada e na saída. O parque não poderá ficar cheio, como em anos anteriores, mas estamos esperançosos nessa retomada”, acrescenta.

A novidade para a 59ª edição da exposição ficará por conta das regras sanitárias. Expositores e colaboradores deverão apresentar comprovante de vacinação logo na contratação dos espaços. “Além disso, a novidade é a própria realização do evento. Foram dias muito difíceis para todos nós. Estamos arrumando o evento e acho que vamos ter uma presença muito forte no comércio voltado para a pecuária e o agronegócio em si e a gente deve ter uma presença muito forte institucional. Isso é fundamental porque é um solo de debate, além das exposições dos animais. Vamos ter muita conversa em torno de cobranças de políticas públicas. Então estamos confiantes que teremos um evento proveitoso e seguro”, destaca Marcelo Passos, organizador e presidente da Associação Norte-Riograndense de Criadores (Anorc).

Tribuna do Norte

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