Um horizonte promissor começa a surgir na cidade de Natal em matéria de reaproveitamento e exploração comercial dos resíduos sólidos do antigo lixão de Cidade Nova, bairro da zona oeste da capital potiguar. O poder executivo municipal elaborou e enviou para a Câmara Municipal um projeto que autoriza a criação de uma Sociedade de Propósito Específicos entre a Prefeitura do Natal e a empresa REUSI Tecnologia com a finalidade de transformar o lixo do local em energia elétrica, combustível e madeira sintética. O plano de negócios da SPE foi apresentado nesta quinta-feira (09) ao prefeito de Natal, Carlos Eduardo, pelo procurador geral do município, Carlos Castim, e pelos diretores da Reusi Tecnologia.
De acordo com o levantamento feito o lixo enterrado em Cidade Nova até 2004, quando o lixão foi encerrado, é de aproximadamente cinco milhões de toneladas, permitindo uma exploração comercial de cerca de 20 anos, gerando receitas na ordem de R$ 200 milhões de reais ano. Na sociedade, a Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana), ficará com 49% do lucro aferido que será aplicado no pagamento de dívidas com a Justiça Federal (40%); pagamento de dívidas com obrigações previdenciárias (15%); pagamento de dívidas com fornecedores (5%) e na manutenção e execução de investimentos na empresa (20%).
Carlos Castim explicou que desde 2016 foram iniciados os estudos para a viabilidade do projeto. No primeiro momento, o executivo municipal apresentou a iniciativa ao juiz federal Marco Bruno de Almeida Clementino. O magistrado é responsável pela apreciação de ações judiciais que envolvem dívidas da Urbana na ordem de R$ 160 milhões de reais. De acordo com o procurador, ao tomar conhecimento do projeto o juiz encampou a ideia e desde então tem sido um entusiasta do reaproveitamento dos resíduos sólidos, pois vislumbrou uma forma da quitação das dívidas e da retomada da viabilidade econômica da Urbana.
A matéria foi encaminhada para a Câmara Municipal de Natal para ser analisada pelos vereadores. “Se todos os prazos forem cumpridos como estamos prevendo, no próximo dia 07 de dezembro assinaremos o contrato de criação da SPE. É importante destacar que o processo foi construído com muito diálogo, transparência, zelo e vai colocar a cidade de Natal na vanguarda do tratamento dos resíduos sólidos”, pontuou.
O prefeito Carlos Eduardo celebrou a iniciativa e lembrou que a questão da preservação do meio ambiente e o manejo adequado do lixo são prioridades na sua gestão. Ele recordou que foi o responsável pela eliminação do lixão do bairro de Cidade Nova, bem como idealizou o Aterro Sanitário da Região Metropolitana e ainda inaugurou o Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, preservando uma área de mais de 130 hectares.
O chefe do executivo municipal disse que vai solicitar o pedido de urgência para a tramitação do projeto a líder do governo na Câmara Municipal, a vereadora Nina Sousa, e no que depender da atual gestão a Sociedade de Propósito Específicos vai iniciar a sua operação o mais rápido possível. “A agenda ambiental é uma realidade em todo mundo e Natal não poderia ficar de fora desse movimento. Com o advento desse projeto daremos um salto tecnológico gigante. Além de trazer a viabilidade econômica a Urbana, a monetarização do lixo vai promover investimento, gerar emprego, renda, desenvolver a região. Só temos pontos positivos. O futuro é muito positivo”, asseverou.