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Preço do carro 0km não cai tão cedo, afirma presidente da Anfavea

FOTO: DIVULGAÇÃO

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, em entrevista ao programa Gente, da Rádio Bandeirantes, afirma que os valores de veículos zero quilômetro no Brasil não devem diminuir tão cedo.

O executivo, ligado a Mercede-Benz, afirma que a crise gerada pela pandemia de Covid-19, a alta do dólar e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em alguns estados, estão diretamente relacionados a sequentes altas nos automóveis novos.

“Nós tivemos três ondas de impacto no custo. A primeira onda foi o dólar, que antes da pandemia estava na casa dos R$ 4 e chegou a bater R$ 5,80 e muitos dos nossos componentes são importados diretamente pela montadora ou pelos fornecedores. A segunda onda foi causada pelo aumento das commodities como aço, borracha e resinas plásticas, por causa da crise mundial gerada pela pandemia. A terceira é o aumento do ICMS, principalmente no estado de São Paulo.”

Luiz Carlos critica a decisão do governo do estado de São Paulo de aumentar o valor do ICMS tanto para veículos novos quanto para usados que, segundo ele, era de 12% e hoje está em 14,5%. O presidente da Anfavea afirma que o aumento de imposto no meio de uma pandemia e em um momento de recuperação econômica, não faz sentido.

“Com o ICMS, pis/cofins, IPI, etc, chegamos a ter uma carga tributária sobre o automóvel de 40 a 50%, quando qualquer país moderno no mundo é de 15, 16, no máximo 18%. Dessa forma, juntando os impostos, que já eram altos e estão maiores ainda, principalmente no estado de São Paulo, com a crise mundial, o consumidor brasileiro teve o impacto desses aumentos dos custos, que as montadoras não conseguiram absorver e tiveram que passar parte disso.”

Dessa forma, o executivo afirma que, no curto espaço de tempo, não vemos uma mudança estrutural que faça reverter esses preços. “A gente espera que a competição entre as montadoras promova ações de marketing, que ajude a vender mais, mas em termos de custos não vejo em pouco tempo uma alteração estrutural que permita uma redução nos valores finais”.

Diário do Poder

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