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Precariedade no Porto de Natal ‘convida’ maior exportador de frutas do RN a migrar para o CE

VOLUME DE GRANDES PERDAS NO PERÍODO LEVOU AGRÍCOLA FAMOSA A TRANSFERIR PARTE DE SUAS EXPORTAÇÕES DA FRUTA PARA O PORTO DE PECÉM. FOTO: DIVULGAÇÃO

O Porto de Natal sofreu, na segunda quinzena de setembro, a maior redução de suas exportações de frutas da história, ao deixar de embarcar 300 contêineres de melão por semana da Agrícola Famosa, com fazenda em Mossoró, totalizando 600 contêineres nos dois primeiros embarques do mês na capital.

No ano passado, em setembro, o terminal embarcou para a Europa entre 600 e 800 contêineres por semana, cada um deles transportando entre 18 a 22 toneladas de frutas. Com a redução de 600 contêineres, o porto deixou de embarcar em setembro entre 10,8 toneladas e 13,2 toneladas de melão.

Ouvido pelo Agora RN, o principal diretor da Agrícola Famosa, Luiz Roberto Barcelos, confirmou que parte desse melão foi transferida para o porto de Pecém, no Ceará, onde a companhia MSC iniciou uma nova rota pelo Atlântico, absorvendo em torno desses 50 contêineres que antes saíam pelo Porto de Natal.

Essa redução nos embarques semanais de melão acendeu o sinal de alerta entre os trabalhadores do porto, que já agendaram para esta semana um encontro com o presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), almirante Elis Treidler Öberg.

Os sindicalistas atribuem a redução na oferta de melão da Famosa aos episódios de fevereiro deste ano, quando mais de três toneladas de cocaína foram apreendidas pela Polícia e Receita Federal no Porto de Natal.

“Até o ano passado eram mínimos os contêineres fiscalizados pelas autoridades e depois do flagrante do começo do ano essas verificações subiram para alguma coisa entre 17 a 30 por semana”, revelou uma fonte.

Como ainda o terminal não instalou um scanner para a revista dos contêineres refrigerados (reefers), e o porto não dispõe de uma área refrigerada para o trabalho, as cargas são abertas no pátio, recebendo um choque térmico ao sair de um temperado entre 5 a 15 graus para uma temperatura variando de 25 a 30 graus.

“Isso compromete totalmente a qualidade da fruta e os exportadores reclamam com razão, apesar da necessidade dessas checagens”, afirma a fonte.

Tanto o porto de Pecém quanto o de Mucuripe, no Ceará, dispõem de scanners para a fiscalização dos contêineres refrigerados, cobrando dos exportadores entre R$ 186,00 a R$ 200,00 por unidade.

Agora RN

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