Depois do impasse de meses em torno da reforma ministerial, alongado pela insistência do PP em dominar a área de assistência social, de um lado, e da recusa do PT de ceder esse espaço, de outro, a solução deve ser anunciada nas próximas horas.
O partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deverá ver o deputado André Fufuca (MA) nomeado ministro do Esporte, no lugar de Ana Moser, com as apostas esportivas como “aditivo” para tornar a pasta mais apetitosa.
A informação é da jornalista Vera Magalhães, colunista do jornal O Globo.
Segundo a colunista, a solução foi levada pelo próprio partido de Lira. Com a regulamentação da taxação das apostas, a pasta ganhará mais recursos e capacidade de fazer política “na ponta”, ou seja, na base eleitoral dos parlamentares. Como o partido também deverá levar a presidência e várias diretorias da Caixa Econômica Federal, a gestão desses recursos ficaria concentrada nas mãos do PP.
Pesou a favor dessa saída, que ainda precisa ser confirmada em reuniões finais do presidente Lula (PT) com a coordenação política, o fato de que a ministra Ana Moser não tem partido nem advogados a pressionar pela sua permanência, além do fato de que não precisará ser remanejada para outras pastas.
Ana Moser será a segunda mulher desalojada do primeiro escalão para dar lugar a homens do Centrão. A primeira foi Daniela Carneiro, que saiu do Turismo para dar lugar a Celso Sabino, do União Brasil.
O outro partido a ganhar espaço no ministério, o Republicanos, deve ficar mesmo com o Ministério dos Portos e Aeroportos.
O destino do atual ministro, Márcio França, está entre a nova pasta de Micro e Pequenas Empresas, a ser criada, ou a pasta de Ciência e Tecnologia, como prefere o PSB. Se for essa a solução, a ministra Luciana Santos, única representante do PC do B no primeiro escalão, deve ir para a pasta das Mulheres, no lugar de Cida Gonçalves – mais uma mulher a perder assento para acomodar partidos da base.
A se confirmar esse desenho mais recente da reforma, ela deverá ser anunciada antes do 7 de Setembro e da viagem de Lula à Índia, para a reunião de cúpula do G20.