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Possibilidade de Colômbia invadir Venezuela com ajuda dos EUA eleva tensão na América do Sul

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, alertou na última segunda-feira (12) para supostos planos de invasão de seu país pela vizinha Colômbia, com participação dos Estados Unidos.

“Da Colômbia, assim denuncio (…), estão planejando nada mais, nada menos (…) que um bombardeio militar, uma invasão militar, ocupação a sangue e fogo de um país pacífico como a Venezuela”, afirmou em discurso transmitido pela televisão estatal VTV.

“Aqui vamos combater e vamos resistir. Não temos medo!”, disse, sem dar detalhes.

EUA e Colômbia

No domingo, a Colômbia informou que contatou organismos multilaterais de empréstimos sobre a elaboração de um plano de US$ 60 bilhões para resgate financeiro da Venezuela caso o ditador Nicolás Maduro deixe o poder.

“O que acontece quando Maduro cair? Não devemos improvisar. Deve haver um plano porque a Venezuela vai precisar de resgate financeiro”, disse o ministro colombiano das Finanças, Mauricio Cardenas.

Segundo ele, funcionários do FMI, do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento estão apenas começando a entender o impacto do êxodo de venezuelanos para a região.

Na semana passada, durante uma viagem pela América Latina, o chefe da diplomacia americana, Rex Tillerson, apontou a possibilidade de aplicar sanções às exportações de petróleo da Venezuela, fonte de 96% de sua renda. Se reuniu em Bogotá com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos.

“A situação na Venezuela piora. Um dos aspectos a levar em conta em caso de adotar sanções petroleiras são os efeitos que teria na população e se esse seria um passo que ajudaria a chegar ao final, a acelerar o fim”, disse Tillerson.

A administração de Donald Trump tomou medidas financeiras contra o país, proibindo cidadãos e empresas americanas a negociar a dívida emitida pelo governo e sua estatal petroleira Pdvsa.

Anteriormente, Washington havia estabelecido sanções individuais contra o presidente Nicolás Maduro e outros funcionários de alto escalão, acusando-os de quebrar a ordem democrática e violar os direitos humanos.

Saab recordou a advertência de agosto do ano passado feita por Trump sobre uma “possível opção militar” frente à grave crise política e socioeconômica venezuelana caso fosse “necessário”.

As tensões se agravaram com o adiantamento das eleições presidenciais para 22 de abril, depois do fracasso das negociações na República Dominicana entre o governo e a oposição para acordar a data e as condições das eleições.

A oposição, que acusa o poder eleitoral de servir a Maduro, não decidiu se participará do processo no qual o presidente aspira a ser reeleito.

Após seu encontro com Tillerson, Santos afirmou que os resultados das votações “não teriam validade” para seu governo por considerar que “não dão nenhuma garantia”.

Fonte: Folha de S.Paulo

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