Um dos principais cartões portais de Natal e do Rio Grande do Norte, a praia de Ponta Negra, passará por grandes modificações nos próximos meses e, ao final de três anos, aproximadamente, deve ter uma nova cara. A engorda, que começará a ser feita após a conclusão da extensão do enrocamento por mais 1,1 quilômetro, deixará a faixa de areia com 30 metros de largura na maré alta e até 100 metros na maré seca.
A expectativa da Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infra-estrutura (Semov) é de que a obra de extensão do enrocamento de Ponta Negra seja concluída, em um prazo inicial de seis meses, a partir de seu início, caso não haja questões judiciais envolvendo as licitações. Feito o enrocamento, a Prefeitura de Natal terá que fazer o mesmo procedimento para obter as licenças para a engorda da praia, que será um processo longo e com diversas intervenções. O titular da Semov Carlson Gomes adiantou um detalhe à TRIBUNA DO NORTE: não pretende interditar a praia por completo ao passo que a engorda comece a ser feita. Para a conclusão do enrocamento e a engorda, o prazo inicial é de dois anos, mas o cronograma pode ser esticado.
“Está se montando um edital para fazer a licitação do estudo final e posteriormente começar o enrocamento. Essa obra em si poderia gastar até seis meses, mas como é uma obra de um volume de recursos maior, a gente acha que poderá ter disputa de licitações, então trabalhamos com uma margem de segurança. Essa área toda, que era para ser concluída em dois anos, a gente trabalha com três anos”, disse, se referindo a todas etapas da obra. A expectativa dele é dá início aos trabalhos em 2021. O prazo inicial para essa etapa seria de cinco a seis meses, podendo chegar a um ano.
Os recursos para as obras foram garantidos em junho deste ano, em visita à Natal do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Serão R$ 17 milhões para o enrocamento e outros R$ 32 milhões para a engorda, totalizando R$ 49 milhões. Há ainda outros R$ 4 milhões reservados que podem ser utilizados na obra.
Com os trabalhos para viabilizar esse alargamento na praia de Ponta Negra, chegou a ser cogitado, inicialmente, uma interdição total nesse ponto turístico de Natal, de pelo menos seis meses, alegando questões de segurança para banhistas e trabalhadores.
“A praia será interditada à medida que for feito o trabalho da engorda, porque são máquinas pesadas, tratores, jatos de areia, tem que ter uma margem de segurança para as pessoas não circularem. Vamos ver na licitação qual a melhor proposta da empresa, mas eu acho que por segurança, temos que interditar aos poucos, a medida que for trabalhando em uma área e não você passar seis meses do Morro do Careca até o Serhs sem nenhuma utilização, é complicado. Afeta todo o mundo que trabalha ali, a economia. Vamos tentar avaliar isso com o desenrolar da licitação de que essa obra seja passo a passo para não causar dano grande na economia”, completou.
“A engorda vai dar uma margem, quando a praia estiver cheia, de 30 metros da água até o enrocamento. E quando estiver seca, 100 metros”, informou. O estudo da Tetratech ainda está sendo concluído, uma vez que, segundo Carlson Gomes, a empresa precisa acompanhar o balanço da maré de Ponta Negra por pelo menos um ano. A projeção é completar o estudo, que é o Eia Rima, em outubro.
Para viabilizar a engorda, o estudo que está sendo feito pela Tetra Tech, uma empresa de São Paulo, descobriu que há uma jazida localizada em Areia Preta, na zona Leste de Natal, há 8 km da costa. Serão utilizados, exatamente, 1,004 milhão de m³ de areia desse local, que possui uma reserva de 6,9 milhões de m³. Esse material será trazido por meio de dragas, com tubos na areia de Ponta Negra, com o auxílio da maré. As cidades de Fortaleza e Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, adotaram procedimentos semelhantes.
Tribuna do Norte