Os Policiais Civis do Rio Grande do Norte têm sofrido com descaso das autoridades e continuam trabalhando sem atenção devida para proteção contra o coronavírus. O SINPOL-RN protocolou, na semana passada, pedido de providências à Delegacia Geral para fornecimento de equipamentos básicos, como luvas, máscaras e álcool em gel nas unidades, mas nem isso foi atendido.
“A profissão de policial é uma das essenciais para a manutenção da ordem social, assim como a saúde, mas para que os profissionais continuem trabalhando em uma situação de pandemia como esta, é preciso se ter pelo menos a sensibilidade de amenizar os riscos. Ao que parece, o Estado quer deixar nossos policiais civis entregues a própria sorte”, critica Nilton Arruda, presidente do SINPOL-RN.
Ele ressalta que o próprio Governo do Estado publicou um decreto, neste domingo, 22, autorizando teletrabalho para servidores do grupo de risco, mas no mesmo decreto excluiu os profissionais de saúde e segurança.
“Nossa categoria tem se sacrificado em prol da sociedade, não é de hoje. As condições péssimas das delegacias é uma realidade, infelizmente. No entanto, em uma situação de pandemia mundial como esta, os riscos à saúde aumentam vertiginosamente. Os policiais civis também têm filhos, têm pais, mães, avós e avôs. Permanecer exposto sem o mínimo de proteção é arriscar a vida de toda a sociedade. Então, é urgente que as medidas básicas sejam adotadas, antes que seja tarde demais”, completa.
O SINPOL-RN informa que acionou a Justiça para cobrar o fornecimento dos equipamentos por parte do Estado, mas espera que haja um empenho da gestão administrativa imediato, independente de decisão judicial.
VEJA PONTOS REQUISITADOS PELO SINPOL-RN:
– Que os servidores policiais que atendem diretamente a população tenham acesso a equipamentos de proteção, como luvas, máscaras e álcool.
– Ampliação dos tipos de ocorrências passíveis de registro eletrônico, sendo divulgado nos meios de comunicação que o registro dessas deverão ser feitos de forma virtual.
– Que seja autorizado que o registro e atendimento de plantão ocorra apenas em casos graves, como os envolvendo mortes, sequestros, estupros, roubos e flagrantes.
– Que sejam suspensas, momentaneamente, todas as oitivas e interrogatórios, bem como os autos de reconhecimento pessoal, até nova avaliação da situação por parte das autoridades de saúde.
– Manutenção de um número mínimo de policiais (a ser definido por cidades, regiões e/ou unidades) nas equipes para atendimentos de diligências internas e externas, bem como que os policiais sejam autorizados a informar que o registro de ocorrências deverá ser prioritariamente por meio eletrônico.
– Que policiais sejam autorizados a inverterem o horário de trabalho, a fim de que possam acompanhar filhos em idade escolar ou idosos que precisem de atenção especial.
– Que seja autorizado o trabalho remoto ou home office para continuidade das investigações, relatórios e outras peças, para policiais que se enquadrem em grupos de riscos, tais como idosos, gestantes e portadores de doenças crônicas que apresentem risco elevado de contaminação pelo COVID-19.