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Policiais candidatos dizem que ausência de tropas federais prejudicará suas votações

FOTO-REPRODUÇÃO

A utilização de todo o efetivo, que supera os 8,2 mil policiais, foi uma determinação do Governo do Estado, que garantiu à Justiça Eleitoral que teria condições de fazer a segurança do Rio Grande do Norte nas eleições. Assim, a própria Justiça Eleitoral decidiu não solicitar o auxílio das Forças Armadas para o pleito, o que ocorria há pelo menos cinco eleições.

Segundo Coronel Alarico, houve a tentativa de adequar o deslocamento dos policiais para atuarem em locais próximos às suas seções eleitorais, mas nem todos foram contemplados. 
“Fica quase impossível, quando o dever da PM é servir e proteger, para que cada cidadão exerça a democracia. Até 18 de janeiro informamos o domicílio eleitoral dos policiais e tentamos adequar. Com a informação que não teríamos as forças federais, tivemos que fazer um planejamento para atender a necessidade da população e alguns policiais foram deslocados. Estou há 31 anos e nem sempre votei porque sempre estive em algum lugar a serviço da população. Não posso adequar e deixar que você fique desprotegido”, disse o comandante da PM. (Confira entrevista completa no fim da matéria).

Com a situação, dois deputados estaduais com mandato já se manifestaram. O Subtenente Eliabe (Solidariedade), disse que está havendo um desrespeito a uma determinação judicial que garantiria esse direito. “Parabéns ao comandante que pensou de forma muito comprometida em garantir a segurança e o direito das pessoas voterem. Mas, infelizmente, não pensou no direito dos comandados que não poderão votar. Os policiais irão garantir o direito ao voto das pessoas, mas não terão o direito de exercer essa cidadania. Fruto de uma omissão, pois a lei que garante o voto em trânsito está em vigor desde 2017”, queixou-se o deputado, que concorre à reeleição.

Já o deputado Coronel Azevedo (PL), disse que a situação “surpreende e estimula”. Segundo o parlamentar, essa decisão, que não aconteceu só aqui no Rio Grande do Norte, prejudica a categoria dos militares estaduais, possui mais de 500 mil policiais e bombeiros militares em todo o país, de acordo com ele. 

“Na hora em que se dispensa as Forças Armadas e determina que os policiais militares façam a segurança das eleições, nota-se um potencial prejuízo ao resultado eleitoral do Presidente Bolsonaro, pois é uma categoria, em sua grande maioria, que o apoia. Muitos são seus eleitores e foram surpreendidos com esta medida, tendo que se deslocar e, consequentemente, deixando de votar”, disse Azevedo, levantando ainda se a situação poderia ter sido ocasionada com o interesse de enfraquecer os candidatos que têm expressiva votação entre os militares.

“Enquanto a polícia, que é pró-Bolsonaro, não pode votar, os bandidos poderão votar. Isso é muito preocupante. É lamentável que isso esteja acontecendo. Ao mesmo tempo, é estimulador e desafiador. Porque o policial ou bombeiro militar é um agente político, um agente público, alguém que interage com a sociedade. É missão de cada um, seja qual for o seu candidato – visto que a decisão ocorreu de forma abrupta e fora do período adequado – possa multiplicar por 10 ou por 20, por 50, aquele voto que daria. Conquistar os votos dos familiares, amigos, dos vizinhos e, principalmente, dos indecisos. Bandido é bandido, polícia é polícia. O Brasil é um país democrático e vai continuar sendo”, disse o candidato à reeleição.

Tribuna do Norte

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