A Associação de Delegados de Polícia Civil do RN (Adepol/RN) emitiu nota alertando mais uma vez sobre o “processo contínuo de defasagem do efetivo da instituição” no Rio Grande do Norte. De acordo com a associação, com as últimas aposentadorias, exonerações e mortes de agentes, a polícia investigativa do Rio Grande do Norte alcançou a marca de 25,26% da quantidade mínima de policiais para oferecer um bom serviço à população e está prestes a “colapsar”.
Leia a nota na íntegra:
ADEPOL/RN ALERTA: EFETIVO DA PC SEGUE CAINDO E CONCURSO PARECE ESQUECIDO
Já há alguns anos a Associação de Delegados de Polícia Civil do RN (Adepol/RN) vem alertando sobre o processo contínuo de defasagem do efetivo da instituição do nosso estado. Em todos os comunicados, delegados e delegadas vem trazendo a proporção da quantidade de policiais na ativa, considerado o “efetivo ideal” e este índice tem sido cada vez menor. Para se ter ideia da gravidade da situação, agora em maio deste ano, com as últimas aposentadorias, exonerações e mortes, a polícia investigativa do Rio Grande do Norte alcançou a marca de 25,26% da quantidade mínima de policiais para oferecer um bom serviço à população.
Isso porque o dado do “efetivo ideal” foi criado em 2004, ou seja, nestes 17 anos, o número adequado de policiais civis no RN deve ser bem maior. Partindo para os números reais, de acordo com o estatuto que regulamenta a profissão, o RN deveria ter 5.150 homens e mulheres nas delegacias e departamentos, mas atualmente esse número é de 1301 policiais civis, entre delegados, escrivães e agentes. “A Polícia Civil está simplesmente para colapsar. O bom serviço que ainda conseguimos entregar é fruto da abnegação e sacrifício dos nossos policiais, mas não dá para entregar um serviço que a população precisa e merece com esse efetivo ínfimo”, disse a presidente da Adepol/RN, Taís Aires
Segundo a presidente, a situação é ainda mais grave se for levada em conta a quantidade de policiais civis que já estão aptos a se aposentar – 142, precisamente -, o que deve aumentar ainda mais o déficit. “Enquanto isso, o crime organizado arregimenta soldados todos os dias, cada vez mais jovens, com armamentos cada vez mais pesados. É um combate desigual e desumano. Tentamos fazer nosso trabalho bem feito, mas está ficando cada vez mais complicado”, disse a delegada Tais.
O último concurso da Polícia Civil teve edital lançado em 2008, ou seja, há treze anos. Desde 2015 o último processo foi aberto para a aplicação de novas provas. Após muita postergação, um novo concurso foi criado e as provas, marcadas para os dias 07 e 14 de março deste ano. No final de fevereiro elas foram suspensas, por causa da pandemia. Na semana passada, a Adepol/RN enviou um ofício à Secretaria de Saúde do estado pedindo que o comité científico se reúna e se debruce sobre a questão. “O que nós queremos é que uma nova data seja discutida. Sei que o problema da pandemia é grave, mas não podemos deixar a PC acabar”, concluiu a presidente Taís.
O certame atualmente paralisado deverá ser realizado em cinco longas etapas, o que aumenta a sensação de tempo urgente. Significa dizer que, caso as provas ocorressem hoje, os novos policiais estariam prontos para atuar daqui a um ano, aproximadamente.
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