Mais de um quarto da população brasileira atravessou o ano de 2017 abaixo da linha da pobreza, com ganhos de cerca de R$ 406 por mês. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a situação cresceu 0,8 ponto percentual na comparação com 2016 e afetou 55 milhões de pessoas no ano passado — 26,5% do total de 208 milhões de habitantes do país.
Também aumentou, entre 2016 e 2017, o percentual de pessoas com rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 1,90 por dia (cerca de R$ 7), valor configurado como extrema pobreza global. A faixa de renda é sugerida para países de baixa renda e aqueles marcados por conflitos recentes, como Afeganistão, Haiti e Síria.
“Ainda que haja discussões sobre diversas linhas de corte, de acordo com a classificação de renda dos países, o valor de US$ 1,90 diários per capita em PPD (Paridade de Poder de Compra) é atualmente o limite para a definição de extrema pobreza global”, explica o IBGE.
Na análise dos 55 milhões de indivíduos com renda inferior a US$ 5,50 diários por regiões, quase metade deles (44,8%) estão localizados no Nordeste do pais. A área responde também pelo maior percentual de sua população com renda inferior à utilizada na definição de pobreza.
O percentual de pessoas na linha da pobreza também cresceu na passagem de 2016 para 2017 nas regiões Sul e Sudeste. Por outro lado, os Estados localizados no Norte e Centro-Oeste do país viram o percentual de moradores cair no período.
Entres os Estados específicos, Maranhão (54,1%) e Alagoas (48,9%) foram os que registraram os maiores percentuais de pessoas com rendimento domiciliar inferior a US$ 5,50 por pessoa no ano passado.
Na contramão, aparecem Santa Catarina (8,5%) e Rio Grande do Sul (13,5%), que têm a menor quantidade de moradores vivendo em linha com a pobreza.
R7