O ex-ministro Henrique Eduardo Alves (MDB) revelou nesta quinta-feira (16), em entrevista à 98 FM Natal, que policiais federais que executaram a ordem de prisão contra ele, em junho de 2017, o impediram de sair pelos fundos do prédio e exigiram que ele passasse pelos jornalistas quando saiu de casa. Para o ex-ministro, a ordem da PF fazia parte de uma estratégia para abalar o então presidente Michel Temer (MDB), seu amigo, que à época estava ameaçado de perder o cargo.
No dia da prisão, lembra Henrique, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tinha na pauta o julgamento da chapa vitoriosa em 2014, Dilma Rousseff/Michel Temer. Uma derrota poderia cassar o mandato do então presidente Temer. A escolha da data para a operação, segundo ele, foi estratégica. “Foi para prejudicar o presidente Temer”, disse Henrique, ao programa “12 em Ponto 98”.
O ex-ministro destacou que, durante o cumprimento dos mandados, um policial observava o movimento da rua pela janela. Ao notar a presença dos jornalistas, o policial ordenou que o ex-ministro saísse pela frente para ser notado pela imprensa.
“O policial descobriu uma janela lateral e notei que ele ficou feliz. Pela lateral, ele podia ver o aparato jornalístico que estava pronto, preparado, avisado para quando eu descesse do meu apartamento. E assim aconteceu. Eu perguntei: posso ir pela garagem? ‘Não, o senhor tem que ir pela frente’. Ali tinha que divulgar, porque era a imagem nacional para o julgamento que podia decidir a sorte do presidente Temer”, finalizou.
O ex-deputado acrescentou que respeita a Justiça Federa, mas afirma que “aqui acolá há exceções e deformações”.