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Pesquisadora da UFRN inicia nova luta por repatriação de fóssil de dinossauro

FOTO: WIKIMEDIA

Aline Ghilardi, pesquisadora e professora do Departamento de Geologia (DG) da UFRN que mobilizou a repatriação do fóssil do dinossauro Ubirajara jubatus, começa uma nova campanha para que outro dinossauro brasileiro, o Irritator challengeri, volte para casa. A ação é uma carta aberta e abaixo-assinado que pode ser aderido por qualquer pessoa por meio deste formulário.

Conforme escreveu Harry Baker no Live Science, o Irritator é um membro da família Spinosauridae – um grupo de dinossauros bípedes e carnívoros com longos focinhos semelhantes aos dos crocodilianos. A espécie, que atingiu um comprimento máximo de cerca de 6,5 metros, foi descrita pela primeira vez em 1996 a partir de fósseis de 115 milhões de anos descobertos na Bacia do Araripe, no Ceará, e posteriormente enviados para a Alemanha, onde, atualmente, residem no Museu de História Natural de Stuttgart, no estado de Baden-Württemberg.

 Foi nas redes sociais que o povo brasileiro protestou, em 2020, contra o Museu de História Natural de Karlsruhe, na Alemanha, que mantinha ilegalmente Ubirajara. E tudo começou quando Aline publicou sua insatisfação com a situação, dando início à hashtag #UbirajaraBelongstoBR (Ubirajara pertence ao Brasil). O Museu não quis dar o braço a torcer, mas Aline não desistiu: montou uma frente de trabalho com outros paleontologistas que pressionou as autoridades brasileiras e as do estado de Baden-Württemberg, onde fica o Museu. Após dois anos de luta, a repatriação do fóssil foi determinada em 2022, e Ubirajara voltou ao Brasil em junho deste ano.

 Agora, a paleontologista busca repetir o feito com o Irritator. Aline e outros paleontologistas lançaram uma carta aberta a Petra Olschowski, Ministra de Ciência, Pesquisa e Artes de Baden-Wüttemberg, exigindo a repatriação do fóssil do dinossauro. Petra é a sucessora de Theresia Bauer, ministra que ordenou a devolução de Ubirajara para o Brasil.

O caso do Irritator chamou a atenção do público em maio deste ano, quando uma publicação científica divulgou um artigo descrevendo características anatômicas do dinossauro. Novamente, as pessoas protestaram nas redes sociais, usando uma hashtag parecida com a de Ubirajara: #IrritatorBelongstoBR, que também foi lançada por Aline. Após a polêmica, o artigo foi removido, e dois dos autores conversaram com a frente de paleontologistas, apoiando a repatriação.

 Daí surgiu o movimento para trazer o Irritator para o Brasil. Ao contrário do caso Ubirajara, a nova ação tem um tom mais formal, sendo feito por meio da carta aberta que também serve como abaixo-assinado. Na carta, os paleontologistas destacam que o fóssil é o único espécime conhecido e bem preservado da espécie e questionam a legalidade dos outros milhares de fósseis brasileiros no Museu, visto que a legislação do Brasil proíbe a exportação permanente de fósseis desde, pelo menos, 1990.

 Além de Aline, a carta foi organizada por Juan Carlos Cisneros, paleontólogo da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Emma Dunne, paleontóloga vinculada a uma universidade alemã, Paul Stewens, pesquisador em direito e paleontologia, e os dois autores do artigo sobre o Irritator: Serjoscha Ever e Olof Moleman.

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