Parte de uma falésia deslizou nessa sexta-feira (27) na praia de Cotovelo, em Parnamirim, na Grande Natal. Ninguém foi atingido, nem ficou ferido.
Trabalhadores da região contaram que um casal estava próximo ao trecho onde a areia deslizou, mas não foram atingidos ou tiveram qualquer tipo de prejuízo.
A prefeitura de Parnamirim foi procurada pela Inter TV Cabugi para tratar sobre o caso, mas não havia respondido até a atualização mais recente desta reportagem.
Essa não foi a primeira vez que um deslizamento foi registrado na Praia de Cotovelo. Em 2022, uma outra parte da falésia também teve um deslizamento. Em 2023, a Defesa Civil do Município alertou que as falésias de Cotovelo possuem “alto risco” de desabamento.
Neste ano, uma parte da falésia de Tabatinga, em Nísia Floresta, e na Praia do Madeiro, em Tibau do Sul, ambas no litoral Sul potiguar, também desmoronaram.
Segundo o geógrafo Rodrigo Freitas, coordenador do projeto Falésias, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), mais de 100 deslizamentos foram registrados neste ano no estado.
“É importante saber que as bordas da falésia, tanto na parte superior, como na parte inferior, são áreas instáveis. Constantemente estão ocorrendo pequenos movimentos de massa ou grandes movimentos de massa”, explicou.
“Então há um risco, tanto pra quem se aproxima da área superior, como para quem fica próximo à base da falésia”.
O geógrafo explicou ainda que quedas como essa são resultados de uma série de mudanças naturais.
“É um processo natural, mas que está tendo ‘inputs’, ou seja, aumento em função de questões atrópicas, como mudanças climáticas, elevação do nível do mar, diminuição na quantidade de sedimentos na linha de costa, consequentemente maior erosão”, pontuou.
“E aí todo ano a gente tem esses movimentos de massa nas falésias, geralmente associados a alguns tipos de acidentes”.
g1rn