
Reforma precisa valorizar conquistas democráticas e aumentar representatividade. Foto: José Cruz/Agência Brasil
Considerada essencial para modernizar o sistema político brasileiro, a reforma política voltou à pauta de discussões do Congresso Nacional neste momento de graves crises que o País atravessa. Os grandes partidos mais uma vez saíram na frente e estão se movimentando para aprovar medidas que lhes garantam manter poder e ao mesmo tempo enfraquecer as médias e pequenas legendas como o PPS. Essa articulação foi duramente criticada pelo presidente do partido, deputado federal Roberto Freire (SP) ao comentar reunião, realizada na semana passada, pelos oito maiores partidos brasileiros.
Ao analisar a questão, o secretário-geral do partido, Wober Júnior, afirmou que a conta da crise eleitoral e política não pode ser entregue aos pequenos partidos. Ele lembrou que a origem do problema envolve a “relação promíscua” envolvendo o Poder Legislativo, o Executivo e empresas públicas e privadas.
“A reforma não pode ser feita entregando a conta da crise para os pequenos e médios partidos. A culpa dessa enorme crise eleitoral e política que atinge os partidos não é do sistema proporcional ou de coligação. Ela tem outro histórico. A origem se dá na relação promíscua dos poderes Legislativo e Executivo envolvendo empresas públicas e privadas. Esse que é o verdadeiro mal e independe do sistema”, avaliou.
Assim como Freire, o dirigente também criticou o acordo realizado pelos grandes partidos.
“Se for um acordo bom que valorize as conquistas democráticas e aumente a representatividade, ótimo. Mas se for um acordo escuso para bombardear as conquistas da democracia, proibir a liberdade de associação e deformar a relação entre minoria e maioria, que é fundamental, daí é um acordo que devemos rejeitar. O distritão, como proposto, só valoriza o indivíduo. Foi adotado em quatro países. Dentre eles Afeganistão e Jordânia que não são exemplos democráticos a serem seguidos. Essa proposta impede a renovação de novos valores, personalidades e agentes políticos. É conservador e atrasado e precisamos lutar contra isso”, defendeu.
Reunião TSE
Wober Júnior representou o PPS, nesta terça-feira (27), na terceira reunião realizada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com os partidos que têm representação no Congresso Nacional para debater o tema.
“Um encontro significativo. Colocamos lá a posição consensualizada do PPS de que a reforma precisa ser feita para aumentar a representatividade da cidadania no Congresso Nacional. Defendemos que ela não deveria ser feita já para as eleições de 2018, mas sim para 2022. Até mesmo porque os congressistas que ai estão vão votar pensando apenas em seus próprios interesses eleitorais. Isso tira a legitimidade da reforma. Precisamos de uma mudança que ajude o Brasil a aprofundar as conquistas democráticas e consolidar o estado democrático. É essa mudança que queremos”, disse.

