Em depoimentos cujo objetivo é negociar um acordo de delação premiada, o ex-deputado Pedro Corrêa citou reuniões com deputados e senadores do PMDB para a partilha de propinas do esquema de corrupção na Petrobras. A revista “Veja” teve acesso ao conteúdo dos depoimentos e traz detalhes na edição deste final de semana.
Em 2004, o PP se recusava a votar projetos de interesse do governo, o que mudou com a indicação, feita pelo partido, de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento da estatal. Mas, depois, o PMDB passou a pleitear parte da propina. Pedro Corrêa, que foi condenado no processo do mensalão, disse ter se reunidos com peemedebistas para “buscar o melhor entendimento na arrecadação”. Segundo a revista, o ex-parlamentar disse ter se reunido com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o deputado Aníbal Gomes (CE), em um escritório de advocacia de Brasília. Fez o mesmo com Eduardo Cunha (RJ), agora presidente afastado da Câmara, e o senador Romero Jucá.
De acordo com a revista, os negócios começaram a fluir em 2006. A reportagem cita uma reunião, no período da campanha daquele ano, que contou com a participação de Paulo Roberto Costa e do diretor da área de Internacional, Nestor Cerveró, além dos senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Jarder Barbalho, do então deputado Henrique Eduardo Alves, hoje ministro do Turismo, e do lobista Jorge Luz. “Veja” descreve que os peemedebistas pediram US$ 18 milhões em propinas para apoiar a manutenção de Costa e Cerveró nas diretorias da Petrobras e teriam recebido US$ 6 milhões.
A delação de Corrêa aguarda homologação do ministro Teori Zavascki, relator dos inquéritos e ações da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal. A negociação é feita há um ano.
Procurados pela revista, os citados negaram ter recebido ou pago propina.
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