O governo federal quer levar adiante o plano Pró-Brasil, que prevê um impulsionamento em obras públicas. O lançamento está previsto para outubro. As discordâncias internas sobre o tema já eram conhecidas desde o seu anúncio, no final do mês passado. Mas os atritos se tornaram públicos na última sexta-feira (22), quando foi divulgado o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril.
O líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), defende a implementação do programa e considera obrigatório um entendimento entre as áreas fiscalista e desenvolvimentista do governo para que ele seja posto em prática.
“Acredito muito em uma diminuição da discussão entre equilíbrio fiscal e a ala mais ligada ao desenvolvimento porque esse equilíbrio vai ser obrigatório. A gente precisa começar a se preparar a dar uma resposta a grande e inevitável crise econômica que se aproxima”, disse ao Congresso em Foco.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, crê que o planejamento do programa usa excessivamente dinheiro público e culpa o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, por isso. Guedes quer a predominância de dinheiro privado na empreitada.
“Então se a gente lançar agora um plano, é … Todo o discurso é conhecido: ‘acabar com as desigualdades regionais’, Marinho, claro, tá lá, são as digitais dele. É bi … é bonito isso, mas isso é o que o Lula, o que a Dilma tão fazendo há trinta anos. Se a gente quiser acabar igual a Dilma, a gente segue esse caminho”, disse o ministro da Economia na reunião ministerial do mês passado.
Em outro momento da reunião, Marinho, sem citar o nome de Guedes, criticou a agenda liberal do colega de Esplanada. “O que eu peço é que nós tenhamos aqui as mentes abertas. E que os dogmas, quaisquer que sejam eles, presidente, sejam colocados de lado nesse momento”, afirmou.
Congresso em Foco