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Paulo Betti quer novela com personagem comunista que fale sobre Marx

FOTO: KEBEC NOGUEIRA

O ator Paulo Betti trouxe para Brasília o monólogo Autobiografia Autorizada, baseada em textos escritos durante sua adolescência e artigos semanais que ele escreveu por quase trinta anos para o jornal de sua cidade natal. Antes da apresentação, que ocorreu na Caixa Cultural, o ator conversou com o Metrópoles e revelou o desejo de uma novela comunista.

Na peça, Betti representa vários personagens de sua vida, incluindo seu pai, mãe e avó, proporcionando ao público uma experiência divertida e emocionante. Estreado em 2015, o espetáculo já percorreu diversas cidades brasileiras e internacionais, incluindo Sorocaba, São Carlos, Jundiaí, Araraquara, Piracicaba, Paulínia, Fortaleza, Uberlândia, Brasília, além de Luanda, na Angola, e em Portugal.

Em conversa com o Metrópoles, o artista revelou que gostaria de voltar a fazer novelas, comentou sobre o seu posicionamento político e garantiu que não tem nenhuma pretensão de se aposentar.

“Eu gostaria de fazer uma sinopse de uma novela também. Eu gostaria de fazer uma novela que tivesse um personagem, por exemplo, que estudou na Escola de Cinema de Santo Antônio de los Banhos em Cuba e hoje fosse uma autora de novelas no Brasil. Estou falando da Manu [Manuela Dias, autora e ex-atriz]”, iniciou.

Betti ainda ponderou o que gostaria de ver numa novela e exaltou os folhetins na cultura nacional: “Eu acho que a novela talvez cresça, no momento, de começar a falar de coisas que acontecem diretamente em novelas. Queria que tivesse um personagem comunista numa novela, que falasse de [Karl] Marx. Uma novela que falasse de Cuba.”

“O que o brasileiro acha de Cuba? O que o brasileiro acha da China? Tem tanto chinês no Brasil, tem nossa Dilma [ex-presidente do Brasil] morando na China. Então, tem ideias para novela”, completou.

“Eu sou fã e quero continuar fazendo novelas. Fiz há pouco tempo uma, tenho Tieta passando agora. É divertido ver de novo uma novela que a gente fez”, finalizou.

“Eu não gosto de ser neutro”
Paulo Betti, inclusive, não tenta e não quer esconder o seu posicionamento político. O artista deixa claro que não gosta de ser “neutro” quando o assunto é posicionamento, mesmo com os desdobramentos que declarar um lado pode trazer.

“Eu nunca me furtei a me posicionar para o bem e para o mal, quer dizer, para o meu bem e o meu mal. Porque toda vez que você toma uma atitude e assume uma posição, existe o contrário. Você é criticado, você é ofendido, você perde oportunidades. Eu não gosto de ser neutro”, contou.

Não tenho nenhum arrependimento com relação a isso, porque eu acho que ainda estou do lado certo da história.

Metrópoles

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