Em reação ao movimento na internet “Mulheres Unidas contra Bolsonaro”, a campanha do candidato do PSL ao Palácio do Planalto nas eleições 2018 começou nesta segunda-feira, 17, a divulgar imagens de família e mensagens de repúdio à violência sexual.
“Se aprovar leis fosse o mais importante, o Brasil seria um paraíso”, destacou a mensagem na conta do candidato na rede social. “Fazemos a nossa parte propondo penas mais duras para estupradores, redução da maioridade penal, etc.”
Aliados do presidenciável relataram à reportagem que Bolsonaro está atento à ofensiva para buscar o voto feminino, mas pediu prudência.
‘Sentimento’
Ao divulgar vídeo do pai com Laura, o deputado estadual e candidato ao Senado pelo Rio Flávio Bolsonaro (PSL) escreveu em sua conta no Twitter que “ele sempre resistiu em externar isso, mas é o mais puro e verdadeiro sentimento” em relação às mulheres. Já o filho Carlos, vereador licenciado do Rio, optou por atacar os adversários petistas. Ele usou a hashtag #ForçaManu para dizer que a candidata Manuela d’Ávila, do PCdoB, vice do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, é ignorada nas peças de propaganda da chapa petista.
As mais recentes pesquisas apresentadas por Ibope e Datafolha mostram que Bolsonaro enfrenta maior rejeição entre as mulheres, com índices que chegam a 50% e 49%, respectivamente. Imagens do embate de Bolsonaro com a deputada Maria do Rosário (PT-RS) na Câmara, em que ele chegou a dizer que não a estupraria porque ela não merecia, foram usadas pela propaganda política do candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB). Por causa do episódio, Bolsonaro virou réu no Supremo Tribunal Federal por injúria e incitação ao crime de estupro.
O atentado contra Bolsonaro em Juiz de Fora conteve o bombardeio tucano durante o horário eleitoral e atenuou a preocupação do PSL com a marca de “machista”.
Nova preocupação
O aumento de seguidores do grupo de Facebook “Mulheres Unidas contra Bolsonaro”, que chegou a 2 milhões de participantes e pedidos de entrada, entretanto, voltou a preocupar a campanha de Bolsonaro. Na madrugada de domingo, o grupo foi hackeado e, daí em diante, centenas de outros foram criados contra o candidato. As hashtags #Elenão e #Elenunca, usadas nas redes sociais em referência negativa ao presidenciável, também têm causado preocupação na equipe do candidato.
Desde o início do ano, aliados de Bolsonaro tentam convencer a mulher do candidato a participar da campanha. Michelle de Paula sempre resistiu à ideia e procurou, ao longo dos últimos meses, evitar encontros políticos na casa em que mora com Bolsonaro, num condomínio na Barra da Tijuca, no Rio. “Se dependesse de mim, ele nem seria candidato”, disse, em tom de brincadeira, numa conversa recente com aliados.
Fonte: Estadão