Para estreitar laços com o PSDB e reforçar o compromisso com o ajuste fiscal, o presidente da República em exercício, Michel Temer, ofereceu na noite desta quarta-feira (17) um jantar, no Palácio do Jaburu, a senadores tucanos, entre os quais Aécio Neves (PSDB-MG).
Segundo auxiliares do peemedebista, o objetivo é reforçar a relação do Palácio do Planalto com a legenda e dar garantias de que a equipe econômica não vai flexibilizar o controle de gastos de olho na eleição presidencial de 2018.
Além de Aécio Neves, participam do jantar os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB),Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).
De acordo com o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, o PSDB estaria insatisfeito com atitudes de Meirelles que, segundo o partido, passou a adotar tom de candidato a presidente na eleição de 2018. Isso poderia abalar o apoio do PSDB ao governo.
Ainda segundo o Blog do Camarotti, o jantar desta noite foi proposto por Temer justamente em razão de ele ter sido informado de que tucanos passaram a criticar Meirelles. Para esses senadores do PSDB, o titular da Fazenda estaria flexibilizando o ajuste fiscal por motivos eleitorais.
A preocupação de Temer é que essa situação gere um clima de estabilidade na condução da política econômica.
Entre auxiliares do presidente em exercício, a avaliação é que o PSDB tem “compromisso” com as medidas propostas pelo governo até aqui, mas é preciso que Temer os convença do caráter técnico das medidas.
Antes do encontro no Jaburu, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que “a principal razão” do apoio tucano ao presidente em exercício é a “agenda de reformas” no setor econômico que deve, no entendimento de Aécio, ser conduzida pelo governo do peemedebista.
O senador mineiro também disse que o PSDB tem contribuído com o governo fazendo “alertas” sobre a política econômico. Ao ser questionado sobre a atuação do ministro Fazenda, Aécio disse que Temer “precisa comandar o seu time”.
Aliança
Principal adversário do governo da presidente afastada Dilma Rousseff, o PSDB se tornou um dos mais próximos aliados do governo do presidente em exercício. Ao assumir, em maio, Temer nomeou no primeiro escalão três ministros tucanos: José Serra (Relações Exteriores), Bruno de Araújo (Cidades) e Alexandre de Moraes (Justiça).
Além de ministros, Temer escolheu o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), líder do governo no Senado – Aloysio Nunes disputou a eleição presidencial de 2014 como candidato a vice-presidente na chapa formada com o senador Aécio Neves (PSDB-MG).