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Pandemia reduz inscrições no Enem no Rio Grande do Norte

FOTO: DIVULGAÇÃO/GETTY

O número de inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Rio Grande do Norte em 2021 recuou 43,34% em relação a 2020. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e indicam que, neste ano, 73.141 alunos se inscreveram para a prova, com previsão de aplicação nos dias 21 e 28 de novembro próximo. No ano passado, foram 129.102 inscritos no Estado. Os números de 2021 apontam, ainda, para o menor registro desde 2008, quando 68.738 estudantes se inscreveram para o Exame.

As causas para a baixa adesão ao Enem neste ano podem estar relacionadas a fatores variados. Um deles, na avaliação do coordenador de acesso discente do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), José Everaldo Pereira, é a insegurança dos estudantes em relação à preparação para o Exame em meio à crise sanitária. Outro fator, segundo ele, é a falta de acesso às atividades escolares e ao problema da evasão, decorrentes das dificuldades em participar das aulas e demais tarefas.

“Não dá para mensurar o quanto exatamente, mas parte dos estudantes que deixou de se inscrever no Exame não se sente qualificada para a prova. A falta de aulas ou de acesso a elas, bem como a sensação de que as atividades remotas não preparam os alunos de maneira adequada, contribuíram para a queda desses números”, explicou o professor, que também é doutor em Educação.

 A estudante Ana Caroline Soares, de 17 anos, alega que as motivações para não aderir ao Exame em 2021 são semelhantes às destacadas pelo especialista. Aluna da 3ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Edgar Barbosa, em Lagoa Nova, na zona Sul de Natal, Caroline, como prefere ser chamada, conta que não conseguiu acompanhar as aulas no ano passado por falta de equipamentos. Além disso, a adolescente teve que trabalhar para ajudar nas despesas de casa.

“Eu sequer tinha um celular quando o ensino remoto começou. Consegui comprar um aparelho somente neste ano. Mas aí, aconteceram alguns problemas financeiros lá em casa e eu comecei a trabalhar como atendente em uma mercearia, de segunda a sábado, das 6h às 19h. Então, mesmo com o celular, não conseguia acompanhar as aulas. Eu até tentava, mas como eu trabalhava com atendimento, nunca dava certo”, relata.

As aulas presenciais na escola de Caroline foram retomadas na última terça-feira (10) e ela teve que pedir demissão do emprego para voltar às atividades escolares. Ela comenta que, com a retomada, o foco agora será na preparação para o Enem. No entanto, a estudante disse que preferiu adiar a participação no Exame para o próximo ano.

“Em 2020 eu não participei de nenhuma aula. E como passavam atividades apenas pelo SIGeduc, não tive acesso a nada. Eu havia programado tudo direitinho para fazer a prova esse ano, mas veio a pandemia e mudou tudo. Se as coisas correrem bem, pretendo fazer a prova no ano que vem. Quero até entrar em um cursinho preparatório. E já estou focando bastante, para tentar tirar o atraso dos conteúdos perdidos”, detalha a adolescente.

O Exame Nacional do Ensino Médio está previsto para acontecer nos dias 21 e 28 de novembro de 2021, em duas versões: impresso e digital.

Com informações da Tribuna do Norte

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