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Pandemia deve provocar queda de 43% em vendas para namorados no país

FOTO: AGÊNCIA BRASIL

Pesquisa divulgada hoje (9) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o Dia dos Namorados, comemorado em 12 de junho, terá queda de 43,1% nas vendas no varejo em todo o país com relação a 2019, como reflexo da pandemia do novo coronavírus.

A CNC prevê que a data vai movimentar R$ 937,8 milhões este ano, contra R$ 1,65 bilhão em 2019. “É a terceira data do varejo este ano e com queda fortíssima”, disse à Agência Brasil o economista da CNC, Fabio Bentes, responsável pela pesquisa. Na Páscoa, as vendas experimentaram retração de 35% e, no Dia das Mães, de 59,2%, lembrou Bentes.

Confirmada a expectativa, essa será a menor movimentação financeira para o Dia dos Namorados desde 2009, quando atingiu R$ 919,2 milhões. “Há 11 anos que o varejo não experimenta uma movimentação tão fraca”. Fabio Bentes analisou que o processo de pandemia colocou uma barreira direta ao aumento das vendas, que foi o fechamento das lojas. O responsável pela pesquisa destacou também outro fator por trás da pandemia, que é o “estrago econômico” provocado pela própria pandemia, com crescimento do desemprego, queda da renda e da confiança do consumidor. “O varejo está sofrendo direta e indiretamente por todo esse problema provocado pela pandemia”.

Demanda fraca

A expectativa negativa para a data dos namorados acontece apesar da inflação baixa, com previsão de 1,5% este ano, e deflação de 1,2% de bens de consumo duráveis, destacou o economista. “Está muito fraca a demanda”. Ele ressaltou que devido a medidas adotadas pelo Banco Central em janeiro passado para limitar os juros do cheque especial, a taxa de juro média hoje, considerando cheque especial, consignado, cartão de crédito, está no nível mais baixo desde janeiro de 2014.

“E nem assim, o consumidor se anima, porque o lastro para o consumo, que é o mercado de trabalho, está com uma percepção muito ruim. O consumidor está muito temeroso com relação ao mercado de trabalho e onde ele gasta neste momento é com consumo essencial, seja via auxílio emergencial, caso dos informais, seja via salário mesmo, para quem não perdeu o emprego”. Com medo do desemprego, o consumidor acaba evitando o parcelamento, mesmo que as condições de pagamento hoje estejam mais favoráveis, apontou Bentes.

Vestuário e calçados e informática e comunicação são os segmentos do varejo que deverão apresentar as maiores quedas nas vendas para o Dia dos Namorados, em comparação ao mesmo período do ano anterior, da ordem de -71,3% e -58,3%, respectivamente. Em seguida, aparecem artigos pessoais, utilidades domésticas e eletroeletrônicos, com retração de 55,8%. “É o chamado varejo não essencial, que ainda tem um índice de fechamento muito grande”, disse o economista responsável pela sondagem. As lojas estão começando a abrir em algumas regiões do Brasil, mas ainda estão sofrendo com os decretos de fechamento do varejo. Fabio Bentes salientou que nos supermercados e perfumarias, também há queda, mas ela é bem menor porque, “pelo menos, a loja está aberta”.

Agência Brasil

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