SELO BLOG FM (4)

Países decidem aplicar doses de vacinas diferentes; Brasil monitora estudos

FOTO: DIVULGAÇÃO

Das 4 vacinas contra a covid-19 utilizadas no Brasil para combater a doença, 3 necessitam da aplicação de duas doses, que devem ser do mesmo fabricante. São elas: Pfizer, AstraZeneca e CoronaVac. Apenas a Janssen é administrada em dose única. No entanto, esse cenário muda pelo mundo. Pelo menos 10 nações optam pela intercambialidade dos imunizantes, ou seja, a aplicação da 1ª dose de uma vacina e a 2ª de outra. Especialistas avaliam que essa é uma possibilidade para o Brasil.

Para a infectologista e especialista em vacinas Maria Isabel de Moraes Pinto, do Exame Imagem e Laboratório/Dasa, esse formato de vacinação pode ter benefícios.

“A vantagem é que sabemos que vamos ter o Sars-CoV-2  por muito tempo conosco. Então dispor de vacinas diferentes e fazer essa intercambialidade, pode ser uma coisa interessante”, diz a infectologista. Ela afirma que é necessário pesquisas que garantam a eficácia da combinação.

Por outro lado, o epidemiologista Mauro Sanchez, membro da Sala de Situação da UnB (Universidade de Brasília), diz que deve haver cautela. Ele pondera que há um esquema de logística para a aplicação das doses no Brasil, como resguardar a 2ª aplicação para quem recebeu a 1ª, e diz que a possibilidade de misturar vacinas anticovid pode prejudicar essa gestão.

“A logística poderia ser comprometida se você começasse a permitir essas mistura de doses sem uma recomendação oficial. Então, ao invés de ser uma vantagem, pode se tornar um problema”, diz.

Mauro Sanchez fala que apesar dos estudos que foram e estão sendo desenvolvidos sobre a intercambialidade de vacinas, o risco ou o benefício da estratégia ainda é desconhecido. “Não tem muitos estudos consistentes e finalizados para provar que há um benefício muito grande ou que não há benefício algum”.

BRASIL

O Ministério da Saúde acompanha os estudos que foram disponibilizados sobre o tema “para que se possa avaliar a efetividade e segurança das vacinas em situações de intercambialidade, e, com isso, ajustar ou definir novas recomendações”. Até o momento, a recomendação vigente é para completar o esquema com o mesmo tipo de vacina.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também não recomenda a mistura de doses de diferentes fabricantes . “O entendimento é que, com as informações atualmente conhecidas, não é possível fazer afirmações sobre a intercambialidade das vacinas, ou seja, se podem ser substituídas e combinadas umas com as outras”, disse a agência em resposta ao Poder360.

Segundo a Anvisa, não foram apresentados à organização estudos que tratem da eficácia e geração de imunização a partir de diferentes combinações e esquemas terapêuticos entre vacinas diferentes.

Poder 360

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram

Comente aqui