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Pacheco recusa assumir ministério de Lula e irrita partidos por atrasar reforma

FOTO: DIVULGAÇÃO

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o ex-presidente do Congresso Nacional, foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada, no último domingo (16), e indicou ao petista que não pretende assumir um ministério no governo.

A intenção do senador mineiro é cumprir os dois anos que lhe restam de mandato como membro da base aliada. Pacheco deve ter uma postura governista e atuar pela aprovação de pautas do Planalto, mas como apenas “mais um” no plenário.

A decisão frustra os planos de Lula, que queria alocar Pacheco com algum destaque no governo de forma que ele continuasse tendo projeção nacional. O objetivo final do presidente é que o senador seja candidato ao governo de Minas Gerais em 2026 e dê palanque a ele no Estado em uma possível corrida à reeleição.

O parlamentar mineiro era cotado para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, ou a pasta da Justiça e Segurança Pública, chefiada pelo ministro Ricardo Lewandowski. Porém, havia entraves em ambos os casos.

A principal aposta nos bastidores era que Pacheco fosse para o MDIC. No entanto, a pasta vive um momento crucial em meio às negociações com o governo dos Estados Unidos sobre as taxações impostas pelo presidente americano, Donald Trump. Seria delicado para o presidente substituir Alckmin a essa altura.

Lula ainda chegou a oferecer o Ministério da Ciência e Tecnologia, hoje sob comando de Luciana Santos, mas que deve ser disponibilizado a algum partido de centro. Mas a pasta não despertou interesse em Pacheco.

Além disso, o ex-presidente do Senado nunca demonstrou entusiasmo com a possibilidade de ingressar na Esplanada dos Ministérios e, na avaliação de aliados, sempre “jogou parado”. A postura gerou insatisfação na base aliada.

Na avaliação de um líder partidário ouvido pela reportagem, a inação do senador vem travando a reforma ministerial que Lula pretende formular para acomodar partidos que pleiteiam mais espaço no governo – entre eles, o PSD de Pacheco. O parlamentar mineiro chegou a ser chamado de “esfinge”, uma pessoa que “ninguém lê, ninguém sabe o que pleitea”.

Assim, a indecisão do senador estaria gerando um “efeito dominó”, fazendo com que as demais legendas fiquem esperando por uma entrada ou não do senador na Esplanada para serem acomodados em outras pastas.

A indefinição de Pacheco também estaria afetando as articulações dos partidos do campo progressista para o pleito de 2026 em Minas Gerais. Diversas legendas aguardam alguma sinalização do senador sobre ser ou não candidato ao governo do Estado para iniciar as articulações de vice e montagem de chapa ao Senado.

A ausência de Pacheco nos eventos de Lula em Minas Gerais na última semana, acenderam um alerta para aliados de que o senador possa não vir a concorrer nas próximas eleições ao Palácio Tiradentes. “É estranho uma pessoa que pretende disputar uma eleição já não começar uma campanha com o presidente no Estado. Ele não quer concorrer para perder”, avaliou um aliado de forma reservada.

Com o vácuo de Pacheco, nos bastidores, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), vem sendo cotado para disputar o governo de Minas. “Ele está fazendo campanha, não se sabe para que cargo, Senado ou governo. Está a espera de Pacheco”, observou um interlocutor.

O Tempo

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