O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 17, que não irá tratar “publicamente” o assunto do áudio atribuído a ele onde aparece falando sobre uma lista de assinaturas para tirar o deputado Delegado Waldir (GO) do cargo de líder do partido na Casa. Bolsonaro também descreveu como “uma desonestidade” a possibilidade do telefonema ter sido grampeado.
Quando questionado se articulou para tirar Waldir da liderança do PSL na Câmara, Bolsonaro disse: “eu não trato publicamente desse assunto. Converso individualmente. Se alguém grampeou telefone, primeiro é uma desonestidade”. A declaração foi dada pela manhã, na saída do Palácio da Alvorada.
“Falei com alguns parlamentares. Me gravaram? Deram de jornalista?”, indagou Bolsonaro, ao questionar o vazamento do áudio. O presidente não respondeu se pretende pedir investigação do caso.
Suposto ÁUDIO:
A voz do interlocutor de Bolsonaro não aparece na gravação, o que sugere que o trecho foi previamente editado para não haver identificação de quem está ouvindo do outro lado.
Eis a transcrição do áudio:
“Olha só, nós estamos com 26. Falta só uma assinatura pra gente tirar o líder, tá certo, e botar o outro. E a gente acerta, e entrando o outro agora, em dezembro tem eleições para o futuro líder a partir do ano que vem”.
“A maneira como tá… Que poder tem na mão atualmente o presidente, o líder aí? É o poder de indicar pessoas, de arranjar cargo no partido, é promessa pra fundo eleitoral pro caso das eleições… é isso que os caras têm. Mas você sabe que o humor desses caras muda, de uma hora pra outra, muda.”
“[…] numa, boa porque é uma medida legal [inaudível]. Eu nunca fui favorável a lista, vou deixar bem claro. Sou a favor da eleição direta, mas no momento você não tenho outra alternativa, só tem a lista”, afirma o presidente na conversa.
“Aqui tem 25. Já falei com Pedro [inaudível], vou ligar pra outras pessoas. Até quem sabe a gente passe aí do… tenha um número com folga até. Mas se você fechar agora, já tem o suficiente.”
Com informações: Poder360