A Intermarítima, empresa que conta com mais de 35 anos em operações portuárias na região Nordeste, acionista da Intersal – juntamente com a Navenor, empresa de navegação que transfere sal em barcaças para o Terminal Salineiro Intersal, pertencente ao grupo Salinor – maior produtor e exportador de sal marinho do Brasil – é uma das fundadoras do Cluster Tecnológico Naval do Rio Grande do Norte. O lançamento da iniciativa para o mercado acontece na terça-feira (07) em um evento para convidados no auditório Albano Franco, na FIERN, a partir das 14h. Além da Intermarítima, participam também representantes das empresas e instituições que compõem o Cluter Naval do RN: 3R Petroleum, Emgepron e Intermarítima, Fiern, Senai e Coopesbra.
Para o diretor executivo da Intersal, Valmir Araújo, a participação da Intermarítima no Cluster vai possibilitar novas operações e a ampliação dos negócios, como fazer transporte e oferecer estrutura para manutenção dos futuros parques eólicos offshore. A empresa de logística atua de ponta a ponta – marítimo, portuário e terrestre.
“A Intermarítima entrou no mercado potiguar para oferecer logística na manutenção de parques eólicos no município de João Câmara. Com a aproximação da Fiern, seus diretores participaram de uma comitiva que foi à Inglaterra conhecer a indústria eólica offshore. Como integrantes do Cluster, vamos poder oferecer o apoio da estrutura do Porto Ilha para transporte e manutenção das torres dos parques marítimos”, exemplifica.
Para isso, o executivo explica, será criada uma plataforma de serviços para apoio constante à indústria offshore no Porto Ilha, visando encurtar as distâncias de navegação e manutenção das torres instaladas em alto mar. O projeto, Valmir conta, já foi apresentado ao Governo do Estado e se propõe a unir forças com o porto de Caiçara do Norte, para o desenvolvimento da indústria de geração de energia em alto mar.
O Intersal assumiu a operação do Porto Ilha em novembro de 2022 com um contrato de arrendamento inicial de 25 anos, que pode ser estendido até 70 anos. Tem o compromisso de fazer um aporte de R$ 100 milhões nos primeiros cinco anos, aumentando a eficiência do terminal e, consequentemente, o volume de exportação de sal no RN. Além disso, nesse período de cinco anos, deve duplicar a quantidade de sal que passa pelo porto, saindo de dois milhões de toneladas/ano para 4 milhões. Mas os investimentos iniciais vão permitir que o porto tenha capacidade de até 6 milhões de toneladas/ano.
Localizado a 14 milhas náuticas de Areia Branca, o Porto Ilha conta atualmente com três salineiras como usuárias. A empresa também opera o Terminal Portuário Intersal em Areia Branca, uma área de 38 mil metros quadrados, que possibilita todo o suporte desde o continente para o Porto Ilha e demais negócios que por ventura venham a se instalar na região, contando com vasta infraestrutura de oficinas, com tornearia, calderaria, jateamento e pintura, inclusive uma área de estaleiro apta para a manutenção naval. Também no TPI será possível desenvolver outras atividades na operação de outras cargas, além do sal, como a movimentação de partes e peças para a instalação dos projetos, embarque e desembarque de pessoal envolvido na implantação e manutenção dos parques eólicos off-shore na costa do Rio Grande do Norte.
A intenção, com a entrada da Intermarítima no Cluster do Mar, é incentivar que outras salinas se agreguem. “Muitas empresas, assim como muitas salinas, atuam de forma independente, e ao se agregar ao Cluster, poderão ter acesso a conhecimento, inteligência de negócios, fazer contatos com atores importantes como estaleiros, empresas de manutenção, por exemplo. Com isso, será possível fortalecer a atividade do terminal salineiro potiguar ainda mais”, aponta Valmir.
O executivo reforça que o Cluster Tecnológico Naval do Rio Grande do Norte “nasce a partir da necessidade dos próprios empresários e investidores de explorar ainda mais toda a costa não só potiguar – que é privilegiada, tanto a leste quanto a norte – como a nordestina como um todo. A iniciativa surge para unir forças e incluir novos negócios, prestadores de serviços, estaleiros, empresas que atuam ou influenciam na indústria marítima. É um passo importante para fortalecer a economia como um todo”.