
REBELIÃO NO PRESÍDIO ESTADUAL DE ALCAÇUZ, EM JANEIRO DE 2017 / FOTO NEY DOUGLAS
Uma série de documentos assinados pela diretoria da Penitenciária Estadual de Alcaçuz mostra que a Secretaria de Justiça e Cidadania havia sido informada sobre “o risco iminente de uma rebelião” na maior penitenciária do Rio Grande do Norte. Alcaçuz foi palco de uma matança que deixou pelo menos 26 detentos mortos entre os dias 14 e 15 de janeiro. A direção da unidade alertou a Sejuc sobre os riscos de uma fuga em massa, rivalidade entre facções, invasões, mortes e a presença de explosivos e armas de fogo. “Queremos evitar um caos”, diz um dos documentos.
As documentações estão anexadas à sindicância, relativa à Alcaçuz, que apurou o que houve no dia 14 de janeiro deste ano, data de início da maior rebelião do sistema prisional do RN. Um dos anexos mais antigos é de abril de 2016 e descreve Alcaçuz como “uma bomba relógio”.
“Fatores como o baixo efetivo de agentes penitenciários de plantão, superlotação carcerária e a infraestrutura completamente comprometida da Unidade Prisional possibilitaram o evento danoso”, afirma o documento.
Em quase todos os memorandos que enviou à Coape, a direção a Penitenciária de Alcaçuz reforçou a briga entre as facções e a possibilidade de um descontrole, além de apontar as falhas estruturais. Um dos memorandos, datado de setembro de 2016, relatava o “clima de insegurança e instabilidade da ordem interna desse estabelecimento penal”.
Fonte: G1

