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Ocupação geral de leitos de UTI para covid-19 volta a subir no RN e chega a 48,9%

FOTO: ILUSTRAÇÃO

Um aumento na taxa geral de ocupação dos leitos críticos destinados a pacientes com a covid-19 tem sido verificado no Rio Grande do Norte. O Regula RN, plataforma que monitora a situação dos leitos no estado potiguar, mostrou que, nesta segunda-feira (23), por volta das 11h, o estado potiguar registra uma ocupação média de 48,9%.

Especificando por regiões, a taxa se apresenta da seguinte forma: Metropolitana (49,5%), Oeste (57,6%), Seridó (25%). Ao todo, há 84 pacientes internados em leitos críticos e 93 em leitos clínicos. Somando as duas categorias, constata-se que o RN contabiliza, hoje, 177 pacientes internados com o novo coronavírus. Ainda segundo o Regula RN, a quantidade de leitos disponíveis em todo o estado é de 227, sendo 97 para UTIs e 130 para enfermarias.

A mais recente atualização da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), realizada nesta segunda-feira (23), mostrou que há um acumulado de 86.768 pessoas que já foram infectados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. Ao todo, 2.660 mortes foram registradas em decorrência da doença. Outros 398 óbitos seguem em investigação. Além disso, há ainda 38.561 casos classificados como suspeitos.

Para o professor Ricardo Valentim, coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica da UFRN (LAIS) e membro do Comitê Científico do RN,  a demanda assistencial é um bom termômetro para avaliar o cenário da pandemia no estado. “Com a taxa de ocupação, nós conseguimos perceber realmente se a doença está agravando. O que o LAIS tem observado é que, sempre que há eventos no estado ou em algum município, ocorrem ‘repicos’ da doença alguns dias depois”, disse o pesquisador em entrevista à TV Tropical nesta segunda-feira (23).

“Realmente houve uma subida no pedido por internação. Em Natal, isso é representado, por exemplo, pelo aumento das pessoas buscando atendimento nos centros de enfrentamento à covid-19. No interior do RN, a região do Oeste tem influenciado a questão da elevação da taxa de transmissibilidade, a elevação da taxa de ocupação no estado como um todo”, complementou.

Reflexos das eleições municipais

O coordenador do LAIS ainda atribuiu o aumento de novos casos às aglomerações que ocorreram durante as eleições municipais: “Tivemos praticamente 45 dias de campanha eleitoral em todo o estado. Foram verificadas muitas aglomerações, festas, pessoas sem máscaras. É isso que o vírus quer. Nesse período da eleição, a população foi parceria do vírus: tiraram as máscaras e foram para a rua. Alguns municípios fizeram micaretas. O que estamos vendo hoje pode também ser um reflexo disso, além de feriados e uma série de coisas que ocorreram nesse momento”, explicou Ricardo Valentim.

Ainda segundo ele, houve também um aumento na média diária de novos casos confirmados. Antes, o RN estava apresentando uma média de 180 novas confirmações por dia. Hoje, voltou para a média de 250 casos diários. “O estado quase que dobrou os novos casos confirmados por dia. Nós não estamos hoje numa segunda onda, mas isso não quer dizer que vamos relaxar, que o vírus acabou. Não existe pós-pandemia, ainda estamos numa pandemia. Uma epidemia global grave”, alertou.

Cuidados devem ser mantidos

O pesquisador aproveitou para lembrar à população da responsabilidade quanto aos cuidados sanitários que ainda devem ser seguidos. “A população precisa ter consciência. Acho que é exaustivo o que a imprensa, o Estado, os municípios e as autoridades de saúde têm falado desde o início sobre o uso das máscaras e com relação às medidas. O indivíduo sabe que tem que usar álcool em gel, que não pode ir pra aglomeração – ela favorece o vírus. E, se retirar a máscara, mais ainda”, pontuou.

Valentim ainda citou que “existem estudos hoje publicados que associa o uso de máscara ao melhoramento da imunidade na população, porque reduz a carga viral; mesmo que você tenha contato com outras pessoas que estão doentes, se os dois estiverem usando máscara, a quantidade de vírus é menor”.

Sobre a vacina, o professor lembrou: “A notícia boa é que a vacina está se aproximando. A população tem que fazer o trabalho dela. Ela precisa assumir a responsabilidade de evitar a propagação do vírus. Todas essas medidas sanitárias que foram publicadas pelo governo e pelos municípios devem ser seguidas”, pediu.

Portal da Tropical

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