Quem nasceu ou mora há algum tempo em Brasília já ouviu falar na história do sargento Silvio Hollenbach.
Em 1977 ele passeava no zoológico da capital com seus filhos quando viu um garoto de 13 anos cair e ser atacado no fosso das ariranhas.
Ele se atirou no fosso e conseguiu salvar o garoto. Mas, morreu dias depois por infecção generalizada devido às mordidas dos animais.
Ele ganhou um busto no zoológico e sua história de heroísmo é uma das mais famosas de Brasília.
O menino que foi salvo, no entanto, nunca agradeceu aos familiares do sargento. Nem sequer um obrigado ou solidariedade com aqueles que perderam um pai para que um outro menino pudesse viver.
Passados 33 anos, o garoto resgatado das mandíbulas das ariranhas, Adilson Florêncio da Costa, jamais procurou a viúva ou os quatro filhos do seu anjo da guarda. Nunca bateu à porta deles. Nunca telefonou. Nunca enviou sequer um cartão de Feliz Natal.
Ele nunca perguntou por nós. Mas não cobramos nenhuma atitude dele, seguimos nossas vidas diz o filho mais velho do sargento, o médico otorrino Sílvio Delmar Holenbach Júnior, 39 anos.
O sargento agonizou três dias no Hospital das Forças Armadas (HFA). Mais de cem lacerações o afligiam, morreu de infecção generalizada, a água do fosso estava pestilenta. O irônico é que Sílvio Holenbach fazia um trabalho sem riscos no Exército. Aos 33 anos, longe do front, era burocrata no Serviço de Arquivo Médico do HFA.
Nesta sexta-feira (24), a história e Brasília se reencontram. O menino salvo pelo sargento está vivo, subiu na vida e chegou ao cargo de diretor financeiro do Postalis.
Rico, foi preso ontem na operação Recomeço da Polícia Federal. Ele é suspeito de desvios milionários no fundo de pensão dos funcionários dos Correios, de surrupiar a aposentadoria de quem esperava descansar após uma vida de trabalho.
Veja / Zero Hora