JOSÉ VANILSON JULIÃO
Não se trata de menção ao personagem, “atraente e narcisista”, do romance “O Retrato de Dorian Gray”, escrito pelo inglês Oscar Fingal O’Flahertie Wills Wilde (Dublin/Irlanda, 16/10/1854 – Paris, 30/11/1900).
E nenhuma crítica, a favor ou contra, envolvendo qualquer exposição ou obra do artista plástico potiguar Dorian Gray Caldas (Natal/RN, 16/2/1930 – 23/1/2017).
Trata-se da confusão em que se meteu, na segunda metade dos anos 50, o jogador de futebol com o mesmo nome, Dorian Gray Ramos Amaral (9/1/1937).
O primeiro registro indica inscrição como atleta amador do Potiguar Esporte Clube, do a época distrito de Parnamirim, conforme despacho da Federação (16/4/1953).
O jornalista Alexandre de Amorim Garcia, o “Alex”, na coluna “Dizem por aí…” (sábado, 23 de setembro de 1957, no então diário e depois semanário O Poti, revela pela primeira vez o escândalo:
– A FND encaminhou ao TJ os pedidos de inscrição pelo Santa Cruz e América. O rapaz assinara proposta pelo ABC, que dormiu no ponto e não deu entrada na secretaria da Federação.
Pelo antigo e licenciado eterno tricolor Santa Cruz ele vinha se apresentando pelo futebol de salão. E até mesmo como árbitro auxiliar no esporte da bola pesada em torneio promovido pela Associação dos Cronistas Esportivos (ACE).
Depois recebe o Registro CBD 14061. A pesquisa não encontra nenhum jogo dele no elenco principal do América. A situação pode indicar que atuou pelo aspirante.
O curioso é que há um atacante com mesmo nome, Dorian, no Ceará, em amistoso contra o ABC (terça-feira, 22/8/1955). Com vitória visitante (6 a 3).
E um site nacional o aponta com passagem pelo Fortaleza, mas não indica a época.
Ou será que o articulista Associado fez confusão com outro alvinegro, Dorian Pires Bezerra da Nóbrega, registrado em 21 de agosto de 1953?
José Vanilson Julião é jornalista