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‘Números ainda mostram tendência crescente da pandemia’, diz secretário de saúde do RN

FOTO: ELISA ELSIE

“Os números ainda mostram uma tendência crescente da pandemia no estado. Nós ainda estamos em uma curva ascendente, subindo o cume, para podermos ver o horizonte mais adiante. Ele está próximo, mas precisamos ter paciência e manter as medidas de proteção e de distanciamento”. A declaração é do secretário de Saúde do Rio Grande do Norte, Cipriano Maia, durante entrevista concedida nesta quinta-feira (23) sobre o combate à pandemia de coronavírus no estado.

Durante a entrevista, o titular da pasta ainda cobrou ajuda do Ministério da Saúde para os estados e elogiou as medidas anunciadas por municípios do Rio Grande do Norte, que passaram a obrigar do uso de máscaras em locais públicos. Porém cobrou atenção às filas que têm sido formadas principalmente nas agências da Caixa Econômica, por pessoas que buscam os bancos para ter acesso ao auxílio emergencial de R$ 600.

Com 1.177 casos confirmados e 56 mortes por Covid-19, o estado tem mais de 150 pacientes confirmados ou com suspeita para a doença internados nesta quinta-feira (30). A maior parte deles, em leitos públicos. “Temos níveis que exigem muita atenção”, declarou o secretário, que anunciou a abertura de leitos e um chamamento público para contratar UTIs da rede privada.

Cipriano declarou que o estado está perto do cume do monte – em referência ao topo da curva de casos, a partir do qual o número de casos confirmados deverá começar a diminuir. Só a partir desse momento, ele afirma que o estado poderá “ver o horizonte”, “vislumbrar uma saída controlada, como mais organização e planejamento”. Por enquanto, afirma, o isolamento precisa ser mantido.

O secretário relatou que participou, junto com a governadora Fátima Bezerra (PT), de uma reunião com o Ministério da Saúde, realizada na quarta-feira (29). Durante o encontro, os governadores cobraram apoio para efetivação dos planos de contingência dos estados, com envio de equipamentos como respiradores, monitores e outros componentes dos leitos de UTI, além de equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde e mais testes.

“Infelizmente o ministério ainda encontra muita dificuldade em oferecer essa ajuda, decorridos quase três meses do início da pandemia”, afirmou.

De acordo com Cipriano, os resultados dos mais de 5 mil exames realizados até agora no RN apontam que cerca de 20% das pessoas testadas tiveram resultado positivo – o que espelha um padrão percebido nacionalmente. O secretário ainda apontou que pesquisas sorológicas realizadas em outros estados descobriram que apenas uma a cada 12 pessoas com a doença receberam a confirmação da do diagnóstico, “por falta de testes massivos”.

Ele disse que a secretaria busca uma parceria para uma pesquisa sorológica deste tipo com o Instituto de Medicina Tropical da UFRN, para avaliar essa proporção no Rio Grande do Norte.

Abertura de leitos

Durante a entrevista, Cipriano anunciou a abertura, ainda nesta quinta-feira (30) de 5 leitos de UTI no Hospital de Polícia Militar e afirmou que a previsão é que logo haja 10 disponiveis no hospital, até chegar a um patamar de 25 UTIs, “a medida que formos enfrentando os gargalos”.

Até esta sexta (1º), o hospital ainda pretende colocar em funcionamento todos os leitos do Hospital Giselda Trigueiro. Dos 25 disponíveis, sete não estavam operando por falta de equipe. Também foram anunciados três leitos de assistência pediátrica no Hospital Wilson Rosado em Mossoró e a abertura de 10 leitos de UTI e 15 clínicos no Hospital São Luiz, também no município do Oeste potiguar, a partir de uma parceria com a prefeitura.

Cipriano afirmou que os novos leitos deverão pelo menos desafogar a situação do Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, e do Tarcísio Maia, em Mossoró, que têm grande “pressão”. Até esta quarta-feira (29), o Giselda tinha 18 dos 20 leitos disponíveis ocupados. No Tarcísio Maia, todos os 10 leitos de UTI e os 7 de cuidados intermediários estavam ocupados.

G1RN

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