O Rio Grande Norte registrou um crescimento expressivo no número de sistemas particulares para produção de energia solar instaladas nos últimos 8 anos. Em 2013, eram 2. Em 2021, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), já são mais de 6 mil. Um dos motivos desse crescimento, é atrativo das linhas de crédito oferecidas pelos bancos.
Os consumidores comuns e as empresas foram beneficiadas pela facilidade em contrair empréstimos para investir na instalação de energia solar. Foi caso de Letícia Castro, que é sócia de uma empresa de decorações de ambientes em Natal. A loja começou pequena, mas cresceu e a conta de luz chegava a custar cerca de R$ 2 mil.
Para reduzir os custos com energia elétrica, ela avaliou que seria mais vantajoso investir na instalação de painéis para geração de energia fotovoltaica, um tipo de energia obtida através da conversão direta da luz em eletricidade. Segundo a empresária, a energia produzida hoje, é suficiente para atender a loja e o que sobra é aproveitado na casa dela.
“Nós estamos extremamente satisfeitos, porque no futuro, quando nós finalizarmos o pagamento desse empréstimo bancário, as placas de energia solar serão nossas, e não teremos mais despesas com a produção de energia”, avalia Letícia Castro.
Esse tipo de geração em que o consumidor produz a própria energia é a chamada de geração distribuída. Até nas residências, o custo-benefício é positivo. A autônoma Ionara Paulino instalou 134 painéis de energia solar em casa.
“É uma vantagem você não estar mais reclamando com seus filhos: ‘menino, deliga o ar-condicionado, apaga a luz’. Então são coisas que a gente pensou assim: eu tinha um custo de aproximadamente 700 por mês. E eu agora pago o mínimo da conta de energia”, conta Ionara.
De acordo com a Aneel, em 2013 o RN possuía apenas 2 usinas. Até 2020 foram instaladas 2.533 novas usinas particulares. E já nesse início de ano são mais de 6 mil no total. Para o empresário especialista em energia solar, Silvio Oliveira, o investimento vale a pena.
“Com quase o valor que você pagava em conta de energia, você consegue pagar o financiamento do banco. Não tem lógica você não fazer. Você troca a conta de energia, que é pra sempre, por um financiamento que é num tempo determinado, e você tem uma economia pro resto da vida”, explica Silvio Oliveira.
O Rio Grande do Norte está localizado em uma região privilegiada pelo clima ideal para o investimento nesse tipo de energia. De acordo com Silvio Oliveira, a manutenção dos painéis é mais fácil, porque a chuva esporádica se encarrega de fazer a limpeza e além disso, a produtividade não tem grandes variações, já que o sol está presente praticamente o ano todo.
Para 2021 o RN também tem investimentos previstos na energia centralizada, que é a produção de energia para as concessionárias que revendem aos consumidores. O número de usinas fotovoltaicas contratadas chega a 25. Juntas elas somam 943 MW de potência instalada, o que representa um aumento de 257% no número de empreendimentos.
O volume de investimento é de mais de 2 bilhões no setor solar para os próximos 3 anos no Rio Grande do Norte. O secretário de Desenvolvimento Econômico do RN, Jaime Calado, afirma que a estrutura da energia eólica contribui para instalação dos parques solares. “Há uma economia, porque você tem uma estrutura, que são verdadeiras estradas da energia, que podem ser usadas tanto pela energia solar como pela energia eólica”, afirmaJaime Calado.
G1RN