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‘Nossa empresa será um hub digital de moda e estilo de vida’, diz Flávio Rocha, da Riachuelo

FOTO: DIVULGAÇÃO

Um consumidor mais empoderado, com mais acesso a crédito e a juros mais baixos. Pequenos varejistas alcançando o mesmo público que os grandes. Esses devem ser alguns dos benefícios diretos das transformações pelas quais o sistema financeiro brasileiro está passando.

As transformações são possíveis, neste momento, por vários motivos. Entre eles, estão o avanço tecnológico e a adoção de novos comportamentos por parte dos consumidores.

“Estamos vendo, hoje, uma mudança muito grande na forma de se fazer negócio. A expectativa é que, com a chegada do Open Banking [sistema financeiro aberto], haja uma diminuição na barreira de entrada de novas empresas no mercado financeiro”, diz o chefe de departamento do Banco Central João Pereira.

Consumidor dono dos próprios dados

Com o Open Banking, os bancos vão compartilhar as informações que têm sobre os clientes com outras empresas, instituições financeiras e lojas, contanto que tenham autorização das pessoas para isso.

A premissa dessa novidade é a de que o consumidor é o dono dos próprios dados, e não mais os bancos. A partir daí, ele poderá comparar produtos e fazer escolhas mais conscientes.

“O cliente do banco será o ‘motorista’ de toda essa jornada. Tendo mais opções, ele poderá se decidir pelo serviço que melhor lhe atender”, afirma Pereira. “Isso sem falar da questão da inclusão financeira. Algumas empresas poderão se dedicar a nichos, a pessoas que hoje não têm acesso ao sistema financeiro. Várias lacunas poderão ser preenchidas.”

O Open Banking já foi implantado em países da Europa e da Ásia e também na Austrália. “O potencial é imenso. Poderão existir comparadores de preços de serviços financeiros, plataformas de aconselhamento financeiro e marketplaces de crédito”, exemplifica o chefe de departamento do BC.

Cadastro positivo e acesso aos ‘sem banco’

O presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito Elias Sfeir, cita ainda os benefícios do cadastro positivo, já implementado no País. “Costumamos dizer que o cadastro negativo é um direito do credor e o positivo é um direito do consumidor.”

Por meio dele, os consumidores recebem uma nota de acordo com o comportamento financeiro. Quem paga as contas em dia, por exemplo, tem um “score” maior, e, teoricamente, tem acesso a juros mais baixos na hora de pedir um empréstimo, por exemplo.

O presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito também acredita que, assim como o Open Banking, o cadastro positivo tende a ajudar na inserção, no sistema financeiro, de pessoas que até pouco tempo não tinham acesso a crédito.

‘Varejo tem papel determinante’

Esse público sem conta em banco tem sido, há muito tempo, atendido pelo varejo. A Riachuelo é a maior emissora de cartões private label do Brasil, com mais de 32 milhões em operação atualmente. A empresa também está entre as seis maiores emissoras de cartões com bandeira.

Para o presidente do conselho da Riachuelo, Flávio Rocha, a palavra de ordem é “ecossistema” e o varejo tem um papel determinante a desempenhar. O desafio de atuar no mundo digital, segundo ele, é grande.

“Com esse ‘alinhamento dos astros’ e todas revoluções tecnológicas, vamos ter um maior protagonismo do varejo, que vai ser o epicentro desses futuros ecossistemas. Estamos caminhando para tornar nossa empresa um futuro hub digital de tudo o que diz respeito a moda, estilo de vida, viagem e gastronomia, nessa visão de multiplataforma.”

Assertividade na concessão de crédito

Até por causa disso, Rocha acredita que o modelo de loja tradicional está com os dias contados. “Os ecossistemas chineses são o exemplo da importância da multiplicidade de pontos de contato com o cliente. A experiência da visão simultânea do mundo financeiro com o mundo do consumo é extremamente enriquecedora.”

Segundo ele, a empresa está descobrindo correlações importantes cruzando informações financeiras com histórico de vendas dos clientes. “Quando você tem uma visão multifacetada, existe um aumento exponencial na assertividade da concessão do crédito”, analisa.

Entre os planos da Riachuelo, está também a transformação do site em um marketplace que vai incluir pequenos varejistas. “Vamos dar escala a relevância a eles”, diz Rocha.

Flávio Rocha, Elias Sfeir e João Pereira participaram do painel “Big Bang Financeiro”, apresentado nesta terça-feira (15) no Global Retail Show 2020. O evento, totalmente virtual, tem cobertura em tempo real do portal Mercado&Consumo.

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